Xi Jinping adverte Putin contra uso de armas nucleares na Ucrânia, revela Financial Times

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O presidente da China, Xi Jinping / Foto: Ministério de Relações Exteriores da China

São Paulo – O Financial Times (FT) informou nesta quarta-feira (5) que o presidente chinês Xi Jinping pessoalmente alertou seu homólogo russo, Vladimir Putin, contra o uso de armas nucleares na Ucrânia.

Citando autoridades ocidentais e chinesas, o FT revelou que o presidente Xi entregou essa mensagem durante sua visita a Moscou em março. Desde então, as autoridades chinesas têm se gabado de dissuadir Putin de implantar armas nucleares contra a Ucrânia, acrescentou o FT.

Embora a China tenha consistentemente se oposto ao uso de armas nucleares na Ucrânia em seus pronunciamentos públicos, muitos dos aliados de Kiev questionaram as intenções de Pequim devido à parceria “sem limites” entre Xi e Putin e ao chamado “plano de paz” da China, que em grande parte ecoa as posições russas.

O FT observa que autoridades e mídia russas fizeram ameaças veladas e explícitas de usar armas nucleares contra a Ucrânia e seus parceiros ocidentais, o que gerou manifestações contrárias de Pequim. Durante uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em novembro do ano passado, Xi concordou com seu colega americano que “uma guerra nuclear nunca deve ser travada e nunca pode ser vencida” e destacou sua oposição ao uso ou ameaça de uso de armas nucleares na Ucrânia.

Um ex-funcionário chinês confirmou ao Financial Times que Xi disse pessoalmente a Putin para não usar armas nucleares, observando que a posição da China contra seu uso foi incluída em seu documento de posição sobre a paz na Ucrânia.

Autoridades de segurança ocidentais informaram à publicação que Putin ficou desapontado porque a visita de Xi não trouxe vitórias tangíveis para a Rússia. Segundo eles, a condenação do uso de armas nucleares no comunicado conjunto provavelmente foi acrescentada a pedido da China.

Se a Rússia usar armas nucleares na Ucrânia, “tudo seria uma desvantagem para a China”, afirmou um deles, de acordo com o FT.