WEG prevê melhora na rentabilidade no ano com redução de custos

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São Paulo – A Weg mostrou perspectivas positivas para os negócios no curto e longo prazo, com melhora das margens e recomposição de preços de ciclo longo e curto, devido a melhorias operacionais e menor pressão dos custos de materiais, o que deve contribuir para a boa rentabilidade no ano.

A companhia prevê que a demanda positiva e carteira de ciclo longo sinalizam continuidade do crescimento de receita no Brasil e exterior.

Por outro lado, a incerteza em relação ao cenário macroeconômico global é o principal ponto de atenção da companhia para 2023. A Europa responde por 14% a 15% da receita da empresa, com operações na Áustria, Alemanha e Itália.

“Boa parte do que produzimos no Brasil abastece a Europa. Em tese, podemos ter alguma vantagem para produzir na região, conseguimos transferir produção, mas é preciso avaliar caso a caso”, disse André Salgueiro, diretor de relações com investidores da Weg, na teleconferência de resultados do terceiro trimestre, realizada na manhã desta quinta-feira, em relação à crise de energia devido ao conflito na Ucrânia.

“Precisamos esperar para ver o que acontece com a questão da crise na Europa para dar uma previsão mais precisa”, acrescentou o executivo.

A companhia disse que houve estabilização de custo de materiais ao longo do segundo trimestre, com melhoria de margens das exportações devido ao cenário cambial que favoreceu o real. A empresa disse que continua com programas de redução de custos e melhoria de processos administrativos, o que também favoreceu os resultados e compensou aumento do preço de fretes.

A análise de margem da Weg tem foco em longo prazo, considerando o que acontece ao longo do ano. “Nesse sentido, avaliamos que as margens estão acima das expectativas. Esperamos que no ano, as margens devem encerrar melhores do que projetamos, devido a melhora dos custos”, comentou o diretor executivo da Weg.

No terceiro trimestre, a Weg registrou lucro líquido de R$ 1,2 bilhão, 26,8% acima do apurado no mesmo intervalo de 2021, receita líquida de R$ 7,9 bilhões, alta de 27,6% e ebitda de R$ 1,6 bilhão, 37,1% acima da mesma base de comparação.

A margem líquida foi 1,9 ponto percentual maior no 3T22, de 14,6%, enquanto a margem ebitda foi de 19,8%, 1,3 pp maior do que no 3T21 e 2,3 pp maior do que o trimestre anterior. No acumulado do ano, a margem líquida caiu 2,1 pp para 13,8% e a margem ebitda caiu 2,44 pp, para 20,9%.

SEGMENTOS

Por segmentos, a empresa espera ter crescimento mais moderado em GTD na comparação com o visto nos últimos três anos.

Em solar, a empresa espera ter crescimento menor que nos últimos anos nesse segmento, que cresceu bastante em 2022.

A normalização de fatores que favoreceram a exportação em 2022 deve fazer com que esse movimento enfraqueça também, disseram os executivos.

EXTERIOR

Na América do Norte, a companhia vê boas perspectivas com entrada no fornecimento às companhias de utilities locais e sinergias com a unidade da empresa no México, com boas oportunidades de negócios.

A empresa disse que a operação na India também vem registrando melhorias com crescimento de projetos em carteira e entrada em novos mercados, com avanço da fase de ramp-up da fábrica.

A empresa também está certificando uma turbina para projetos de energia eólica na India e espera começar a buscar clientes asssim que o processo for concluído, até o ano que vem. Com isso, a entrada de pedidos no segmento deve acontecer somente no fim de 2023.

INVESTIMENTOS

De forma geral, todas as unidades tem investimentos programados no Brasil e no México, em T&D. Outros serão anunciados na divulgação dos resultados do quarto trimestre, disse a diretoria da empresa.