Vendas no varejo têm pior resultado da série histórica em abril

630

São Paulo – As vendas do comércio varejista restrito, que excluem veículos e material de construção, tiveram forte recuo de 16,8% em abril em relação a março, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o pior resultado da série histórica iniciada em janeiro de 2001. A queda foi maior que a previsão, de -11,1%, conforme mediana calculada pelo Termômetro CMA.

Já na comparação com abril de 2019, as vendas no varejo acumularam o segundo mês de queda, ao retrair 16,8%, também maior que a previsão de queda de 12,2%. Até abril, as vendas do varejo restrito acumulam queda de 3,0% no ano, porém, leve alta de 0,7% nos últimos 12 meses.

Segundo o IBGE, todas as oito atividades pesquisadas registraram queda da atividade em base mensal refletindo os efeitos do isolamento social por conta da pandemia do novo coronavírus. É a terceira vez na série histórica que há esse efeito. O destaque ficou com Tecidos, vestuário e calçados (-60,6%), seguido de Livros, jornais, revistas e papelaria (-43,4%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-29,5%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-29,5%).

O setor de Móveis e eletrodomésticos teve forte queda de 20,1%, seguido de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-17,0%), Combustíveis e lubrificantes (-15,1%), e por fim, após registrar alta em março, Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo tiveram queda de 11,8%.

O IBGE ressalta que é a primeira vez que a pesquisa traz os resultados de um mês inteiro em que o país está no quadro de isolamento social, já que ele começou a ser adotado na segunda quinzena de março. E setores com atividades consideradas essenciais na pandemia e que tiveram avanço em março, caíram em abril. A retração do dado foi observada em todas as 27 unidades da Federação, com destaque para o Amapá (-33,7%).

Na comparação com abril de 2019, a queda também a maior da série histórica e atingiu sete das oito atividades pesquisadas, sendo Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo o único setor a registrar alta (4,7%), mas em menor intensidade que em março (11,0%). As quedas mais intensas foram observadas em Tecidos, vestuário e calçados (-75,5%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-65,6%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-45,6%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-45,4%).

Já Móveis e eletrodomésticos recuaram 35,8%, seguido por Combustíveis e lubrificantes (-25,3%), enquanto Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos ficaram com o menor recuo (-9,7%).