Vale está otimista com o aumento da demanda por produtos para transição energética

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Briquete de minério de ferro, que será produzido nos hubs. Foto: Valdirene Resende/ Vale.

São Paulo – Em teleconferência de resultados, a Vale acredita que a demanda por produtos de relacionados ao mercado de transição energética continuará crescendo e por isso vai acelerar a produção de metais básicos nos próximos meses. A companhia espera que as exigências por descarbonização e eficiência energética demandarão minério de ferro e pelotas de alto teor. A mineradora também espera que o governo chinês continue apoiando a economia para manter as metas do PIB e do PIB per capita e citou o apoio anunciado recentemente ao mercado de construção como um fator positivo para os negócios da companhia no país.

“A revisão do portfólio para transição energética está confirmando o potencial para destravar valor significativo”, comentou o CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo. Também participaram da teleconferência os diretores executivos Gustavo Pimenta, Marcelo Spinelli e Deshnee Naidoo.

A Vale manteve suas projeções de investimento e disse que terá apoio de parceiros, o que será detalhado no Vale Day.

Neste trimestre, a companhia espera mais vendas do que produção devido à sazonalidade do período.

A diretoria da Vale não acredita em apoios de outros países que ampliem a oferta de minério de ferro e disse que a India, por exemplo, está diminuindo.

Em minério de ferro, a Vale disse que haverá fatores que vão influenciar o breakeven para os próximos anos e aumentar os prêmios de “all-in”, como ficar mais próxima dos seus mercados de atuação. “A estratégia é de segmentação e descarbonização e terá como alvo China, Oriente Médio e Europa”, disse a diretoria da empresa.

A companhia está aumentando em 15% sua produção na operação do Atlântico Norte, o que deve melhorar as vendas de coprodutos de níquel. “A produção de cobre no Atlântico Sul bateu recordes após ramp-up, mas o processo não está tão rápido quanto esperávamos”, disse a diretoria. “Mas as estratégias de backlog que estamos tomando estão refletindo aumento de produção trimestre a trimestre”, acrescentou.

A companhia disse que “está no caminho” para atingir o guidence de custo C1 de US$21,5-22,5 por tonelada para 2023, e espera que o custo de produtos vendidos (CPV) caia no quarto trimestre de 2023.

A diretoria disse que a geração de fluxo de caixa “saudável” permitiu a remuneração aos acionistas anunciada ontem, de US$ 2 bilhões de dividendos e juros sobre capital próprio aprovados com pagamento em 1º de dezembro.