Vale disse que pagou 55% do acordo com R$37,7 bi por Brumadinho

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Divulgação: barragem de mineração

São Paulo – A Vale informou ter realizado 55% do total de pagamentos relacionados ao acordo de reparação integral aos danos causados pelo rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, em janeiro de 2019, que matou 270 pessoas e inundou o município de Brumadinho (MG) com rejeitos então contidos pela estrutura.

O acordo de R$ 37,7 bilhões, feito pela empresa com o poder público de Minas Gerais em fevereiro, foi ajustado pela inflação até novembro e os pagamentos incluem desembolsos anteriores e depósitos judiciais, conforme o acordo, disse a mineradora durante o Vale Day, evento com investidores na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse, na sigla em inglês).

Segundo a empresa, 98% das vítimas deverão ser indenizadas até o fim deste ano, totalizando 12 milhões de pessoas, considerando indivíduos com pelo menos um familiar com acordo de indenização assinado com a mineradora, sendo 4,6 milhões em 2019, 4,7 milhões em 2020 e 2,7 milhões em 2021.

A companhia disse continua avançando com os acordos de reparação a Brumadinho, com cerca de 12 mil pessoas cobertas por acordos individuais, totalizando R$ 2,7 bilhões em indenização individuais.

A mineradora também informou ter concluído uma adutora de 11 quilômetros e um sistema de captação de água do rio Paraopeba, entregou equipamentos de saúde e educação e que apoia projetos sociais para apoiar a economia local.

METAS SOCIAIS

Durante o encontro com investidores, a companhia anunciou três metas sociais para 2030: figurar entre as três empresas do setor mais bem posicionadas nos requisitos sociais de acordo com as principais avaliações externas em mineração sustentável; retirar 500 mil pessoas da pobreza extrema; e colaborar com as comunidades indígenas vizinhas a todas as suas operações.

“A Vale quer contribuir para uma maior justiça social por meio de projetos nas áreas da educação, saúde e geração de renda. Além disso, a empresa quer contribuir com a valorização das culturas e com o respeito e promoção dos direitos dos povos indígenas e das comunidades tradicionais. A ambição social anunciada hoje está alinhada com o propósito da empresa, de melhorar a vida e transformar o futuro, junto com todos os grupos sociais com os quais se relaciona”, disse a companhia, em nota.

A mineradora também quer, em 2025, atingir 26% de participação feminina na força de trabalho, de 18,7% atuais, ante 13,5% em 2019, quando a empresa firmou a meta para mulheres dentro de uma estratégia de diversidade global, e disse que pretende alcançar 40% de empregados negros em funções de liderança no Brasil até 2026, ante 29%, número registrado após a realização de um censo autodeclaratório feito este ano com os empregados.