Telefônica Brasil mostra boas perspectivas para o segundo semestre; ação cai

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São Paulo – A Telefônica Brasil, dona da Vivo, divulgou ontem (26) o resultado do segundo trimestre de 2022. O lucro líquido foi de R$ 746 milhões, queda de 44,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. A receita operacional líquida da empresa somou R$ 11,8 bilhões, alta de 11,1% na comparação anual, ou 7,6% excluindo efeito da aquisição da Oi Móvel. Às 13h43, as ações da companhia recuavam 3,31%, cotadas a R$ 44,85, e eram a principal queda do Ibovespa nesta quarta-feira, quando o índice avançava 0,83%.

Para a Ativa Investimentos, os resultados ficaram em linha com suas estimativas, mas o Ebitda, que cresceu 9,1%, veio ligeiramente abaixo do esperado. A corretora destacou o bom desempenho do segmento móvel, com ganho de market share após alguns trimestres de leve perda, além de apresentar robustas expansões de receita, mesmo após exclusão dos efeitos da aquisição da Oi Móvel.

O segmento fixo continuou o bom desempenho dos trimestres anteriores, com destaque para a contínua expansão do segmento FTTH (fibra ótica). O lucro líquido veio abaixo das estimativas, devido às receitas financeiras, que aumentaram acima do projetado em função de maior endividamento decorrente dos investimentos em 5G, além do aumento da taxa básica de juros, detalhou a Ativa Investimentos.

Por fim, a Ativa acredita que a empresa deve capturar ganhos com a aquisição dos ativos da Oi, gerando sinergias. Apesar de números sólidos, a recomendação continua neutra, com preço-alvo de R$ 55 e upside de 18,5%.

A Genial Investimentos também ficou satisfeito com o resultado da companhia, em linha com suas previsões. O analista Gabriel Tinem destacou que os repasses de preços foram sentidos sobretudo na receita móvel, impulsionada também pelo crescimento da base e pela incorporação espontânea de parte dos antigos clientes da Oi.

Por outro lado, a parte dos custos foi afetada por maiores gastos com as burocracias envolvendo a migração da Oi Móvel, mais os impactos de inflação (pessoal e energia) e com as despesas de marketing, propaganda e redes. A Genial recomenda a compra, com preço-alvo de R$ 60 e upside de 29,34%.

Por fim, o Bank of America (BofA) comentou sobre o Ebitda de R$ 4,6 bilhões, com margem de 38,8%, uma queda de 100bps na comparação com o segundo trimestre de 2021.

“Isso foi causado, principalmente, por maiores despesas com pessoal, que atingiram R$ 1,2 bilhão, um aumento de 20%, devido a reajustes salariais, contratação de novos funcionários e maiores despesas com remuneração variável”, explicou o BofA.

O BofA prevê crescimento no terceiro trimestre devido ao impacto positivo da redução do ICMS (impostos sobre serviços/bens), que ajudará a companhia a repassar preços. Reiteramos nossa indicação de compra, com preço-alvo de R$ 60, pois vemos a Vivo bem posicionada no mercado de telecomunicação.