Taxa de desocupação fica em 8,8% até março, pouco abaixo da previsão (8,9%)

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Carteira de trabalho. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

São Paulo, 28 de abril de 2023 – A taxa de desocupação da população brasileira foi estimada em 8,8% no trimestre móvel encerrado em março, ficando 0,9 ponto percentual acima ante o trimestre imediatamente anterior, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o melhor resultado para o período desde 2015 (8%).

 

O resultado ficou um pouco abaixo da mediana das expectativas do mercado financeiro, de +8,9%, conforme o Termômetro CMA.

 

Na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve um recuo de 2,4 ponto percentual (11,1%).

 

“Esse movimento de retração da ocupação e expansão da procura por trabalho é observado em todos os primeiros trimestres da pesquisa, com exceção do ano de 2022, que foi marcado pela recuperação pós-pandemia. Esse resultado do primeiro trimestre pode indicar que o mercado de trabalho está recuperando seus padrões de sazonalidade, após dois anos de movimentos atípicos”, analisa a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

 

A população desocupada (9,4 milhões de pessoas) cresceu 10,0% (mais 860 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e recuou 21,1% (menos 2,5 milhões de pessoas) no ano.

 

O contingente de pessoas ocupadas (97,8 milhões) recuou 1,6% (menos 1,5 milhão de pessoas) ante o trimestre anterior e cresceu 2,7% (mais 2,6 milhões de pessoas) ante o mesmo trimestre do ano anterior. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar), estimado em 56,1%, caiu 1,0 p.p. frente ao trimestre anterior (57,2%) e subiu 1,0% p.p. ante igual trimestre do ano anterior (55,2%).

 

A taxa composta de subutilização (18,9%) cresceu 0,4 p.p. em relação ao trimestre de outubro a dezembro de 2022 (18,5%) e caiu 4,3 p.p. ante o trimestre encerrado em março de 2022 (23,2%). A população subutilizada (21,6 milhões de pessoas) também ficou estável frente ao trimestre anterior e recuou 19,5% na comparação anual.

 

A população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas (5,0 milhões) caiu 7,7% ante o trimestre anterior e 23,0% no ano.

 

A população fora da força de trabalho (67 milhões de pessoas) cresceu 1,6% ante o trimestre anterior (mais 1,1 milhão) e 2,3% (mais 1,5 milhão) na comparação anual.

 

A população desalentada (3,9 milhões de pessoas) ficou estável em relação ao trimestre anterior e caiu 15,7% (menos 723 mil pessoas) na comparação anual. O percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (3,5%) também ficou estável frente ao trimestre anterior e caiu 0,6 p.p. frente ao mesmo trimestre do ano anterior.

 

O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) foi de 36,7 milhões, ficando estável frente ao trimestre anterior e crescendo 5,2% (mais 1,8 milhão de pessoas) na comparação anual.

 

O número de empregados sem carteira assinada no setor privado (12,8 milhões de pessoas) caiu 3,2% (menos 430 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e cresceu 4,8% (590 mil pessoas) no ano.

 

O número de trabalhadores por conta própria (25,2 milhões de pessoas) ficou estável em ambas as comparações. O número de trabalhadores domésticos (5,7 milhões de pessoas) ficou estável tanto no confronto com o trimestre anterior quanto com o trimestre encerrado em março de 2022. O número de empregadores (4,2 milhões de pessoas) registrou estabilidade em ambas as comparações.

 

O número de empregados no setor público (11,8 milhões de pessoas) caiu 2,8% frente ao trimestre anterior, mas cresceu 4,6% na comparação anual.

 

A taxa de informalidade foi de 39,0% da população ocupada (ou 38,1 milhões de trabalhadores informais) contra 38,8% no trimestre anterior e 40,1% no mesmo trimestre do ano anterior.

 

O rendimento real habitual (R$ 2.880) ficou estável frente ao trimestre anterior e cresceu 7,4% no ano. A massa de rendimento real habitual (R$ 277,2 bilhões) também ficou estável frente ao trimestre anterior, mas cresceu 10,8% na comparação anual.

 

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