Taxa de desemprego sobe a 14,7% até abril e mantém recorde, diz IBGE

332
ibge, fila de emprego
Foto: Secretaria de Trabalho/DF

São Paulo – A taxa de desocupação da população brasileira foi estimada em 14,7% no trimestre móvel encerrado em abril, acima do observado no período imediatamente anterior (14,2%), referente aos meses de novembro do ano passado a janeiro deste ano, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou em linha com o esperado, de acordo com a mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro CMA, de 14,7%.

O resultado é o maior para o trimestre na série histórica, iniciada em 2012, e segue recorde. Já na comparação com o mesmo período anterior, referente aos meses de fevereiro a abril do ano passado, quando estava em 12,6%, houve alta de 2,1 pontos percentuais (pp), segundo o IBGE.

No fim de abril, a população desocupada somava 14,8 milhões de pessoas, mantendo o recorde para a série histórica ao crescer 3,4% (489 mil pessoas a mais) em relação ao trimestre imediatamente anterior, e avançou 15,2% (1,9 milhão de pessoas a mais) no confronto com igual trimestre de 2020.

A população ocupada totalizou 85,9 milhões, estável em relação aos meses de novembro a janeiro, porém, caiu 3,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior (3,3 milhões de pessoas a menos). Entre fevereiro e abril, o nível de ocupação chegou a 48,5% (estável ante o trimestre imediatamente anterior e queda de 3,1 pp na comparação com o mesmo trimestre de 2020).

A analista da pesquisa, Adriana Beringuy, avalia que houve “perdas importantes” da população ocupada, mas percentuais maiores já foram registrados. “Chegaram a 12% no auge da pandemia [de covid-19]. Estamos observando, portanto, uma redução no ritmo de perdas a cada trimestre. No computo geral, contudo, temos menos 3,3 milhões de pessoas trabalhando desde o início da pandemia”, pondera.

Já a taxa de subutilização da força de trabalho atingiu 29,7%, altas de 0,7 pp em relação aos meses de novembro a janeiro e de 4,1 pp na comparação com igual período de 2020. Segundo o IBGE, a população subutilizada somou 33,3 milhões no fim de abril, o maior contingente da série histórica, com aumentos de 2,7% ante o trimestre anterior (mais 872 mil pessoas) e de 16,0% (mais 4,6 milhões de pessoas) ante fevereiro a abril do ano passado.

Assim, a população fora da força de trabalho alcançou 76,4 milhões de pessoas, estável no confronto trimestral, mas cresceu 7,7% (mais 5,5 milhões de pessoas) no confronto anual. Já a população desalentada chegou a 6,0 milhões de pessoas, recorde na série histórica iniciada em 2012, estável no confronto trimestral, mas disparou 18,7% na comparação anual. Por sua vez, a taxa de informalidade foi de 39,8% da população ocupada (mais 34,2 milhões de pessoas).

Em relação à renda, o rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em R$ 2.532 entre fevereiro e abril, estável nas duas bases de comparação. Já a massa de rendimento médio real habitual dos ocupados no trimestre encerrado em abril foi estimada em R$ 212,3 bilhões, estável em relação ao período anterior, mas recuou 5,4% frente ao mesmo período do ano passado.

O IBGE reforça que houve estabilidade da população ocupada nos grupamentos de atividade no trimestre encerrado em abril ante o período anterior, exceto no Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, que registrou queda de 2,3% no período apurado.

No confronto anual, porém, seis grupos tiveram recuo: Indústria Geral caiu 4,3%, enquanto Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas recuou 6,7%, sendo o setor que mais perdeu pessoas (1,1 milhão de pessoas a menos); Transporte, armazenagem e correio teve queda de 8,3%, enquanto Alojamento e alimentação despencou 17,7%, Outros serviços retraiu 13,9% e Serviços domésticos teve perdas de 10,1% no contingente. A única alta foi observada em Agricultura (+6,5%). Os demais grupamentos ficaram estáveis.