State Grid, Olympus 16 e Celeo vencem leilão de linhas de transmissão da Aneel

239
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, no leilão de transmissão da Aneel na B3. Foto: Tauan Alencar.

São Paulo – A State Grid venceu a disputa pelo Lote 1 do leilão de linhas de transmissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que está sendo realizo nesta sexta-feira (15), na B3, com proposta de Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 1,9 bilhão, o que representa um deságio de 39,90% em relação ao valor de referência de R$ 3,2 bilhões. O critério de corte era de 5% deste valor. Também foram habilitadas para a disputa do Lote 1 as empresas Cymi e o Consórcio Olympus 16, formado pela Alupar e Mercure Investments. No entanto, a Cymi não demonstrou interesse em participar da disputa dos lotes.

O Lote 1 foi dividido em quatro sublotes. A soma das menores propostas foi R$ 2 bilhões, que representou um deságio de 36,72% em relação ao valor de referência. O lote 1 era o maior lote em disputa, com 1.468 km de linha de transmissão em corrente contínua (HVDC, na sigla em inglês) passando pelos estados do Maranhão, Tocantins e Goiás e exigirá investimentos de R$ 18,1 bilhões.

O sublote 1A recebeu propostas válidas da State Grid, de R$ 1,4 bilhão (deságio de 36%) e Olympus 16, de R$ 2,15 bilhões (deságio de 0%). O valor de referência do sublote era de R$ 2,15 bilhões e o critério de corte de 5% deste valor; pelo sublote 1B, as propostas foram do consórcio Olympus 16, de R$ 479,4 milhões e da State Grid, de R$ 513,4 milhões, que representaram deságios de 42,01% e 37,94%, respectivamente, ante o valor de referência de R$ 826,7 milhões; o sublote 1C recebeu propostas do consórcio Olympus 16, de R$ 90,1 milhões e da State Grid, de R$ 120,2 milhões, que representaram deságios de 25,03% e 0%, respectivamente, ante o valor de referência de R$ 120,2 milhões; e o sublote 1D recebeu propostas do consórcio Olympus 16, de R$ 90,4 milhões e da State Grid, de R$ 120,6 milhões, que representaram deságios de 25,03% e 0%, respectivamente, ante o valor de referência de R$ 120,6 milhões.

A disputa dos lances foi pelo valor global da RAP máxima a ser paga aos empreendedores. Se a diferença entre a menor proposta e demais for superior a 5%, vence o proponente da menor. Se a diferença for menor ou igual a 5% ou se houver empate entre as menores ofertas, será aberta.

Consórcio Olympus (Alupar e Mercury) arremata lote 2 com deságio de 47%

O Consórcio Olympus, formado pelas empresas Alupar e Mercury Investiments, venceu a disputa pelo lote 2 do leilão de transmissão por uma Receita Anual Permitida (RAP) R$ 239,5 milhões, deságio de 47% sobre RAP máxima de R$ 451,9 milhões.

O lote também recebeu propostas da Eletronorte (subsidiária da Eletrobras) e Mercury e FIP Warehouse.

O projeto prevê investimentos de R$ 2,59 bilhões e a criação de aproximadamente 4.700 empregos durante a fase de construção. São previstos 66 meses para a construção de 1.102 km de linhas para ampliar a capacidade de transmissão entre os Estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo.

Celeo vence Eletrobras e arremata Lote 3 por R$ 101,2 mi, deságio de -42,39%

O Lote 3 do leilão de linhas de transmissão foi arrematado pela Celeo, em disputa por viva-voz, com proposta de Receita Anual Permitida (RAP) R$ 101,2 milhões e deságio de -42,39% ante o valor de referência de R$ 175,7 milhões. Ela superou a proposta da Eletronorte, subsidiária da Eletrobras, de RAP de R$ 101.3 milhões, deságio de -42,34%.

A Olympus 16 também apresentou proposta de R$ 146,9 milhões e ficou fora da disputa por viva-voz.

A fase de lances viva-voz ocorre quando são feitas propostas no máximo 5% acima da menor proposta, para o Lote integral ou para cada sublote individualmente, conforme decidido na etapa anterior.

O Lote 3 prevê a construção de 388 km de linhas de transmissão e tem a função de aumentar as interligações regionais e da capacidade de exportação de energia do Norte e Nordeste. O investimento previsto é de R$ 1 bilhão.

“Estamos construindo os degraus para garantir o fornecimento de energia limpa e renovável”, diz ministro

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, comemorou o resultados do leilão de linhas de transmissão do governo federal e fez um balanço das políticas públicas do setor elétrico em 2023 em discurso na B3, em São Paulo.

“Estamos construindo os degraus para garantir o fornecimento de energia limpa e renovável. Chegamos a R$ 40 bilhões de linhas de transmissão contratados no Brasil. Sob a liderança do presidente Lula, o Brasil é o grande provedor de energia renovável”, discursou o ministro.

Silveira destacou que o governo está estruturando políticas públicas com foco em sustentabilidade social, ambiental e econômica.

“Estamos estruturando políticas públicas para combater a pobreza energética com o programa Luz para Todos, que atenderá mais de 500 mil famílias até 2026”, disse Silveira.

O ministro também falou sobre a pauta ambiental de sua pasta. “Anunciamos mais de R$ 20 bilhões em transição energética, bioeconomia e descarbonização. Nosso governo tem o olhar voltado para a pauta da sustentabilidade social, ambiental e econômica. Essa combinação de valores norteia o grande propósito de melhorar a vida das pessoas.”

O ministro avalia que após um ano de trabalho “árduo e intenso, os resultados já são visíveis e que com tantas realizações, o ano que vem será de entrega das obras no País”.

“Um dia a gente volta para casa, um dia a gente volta para Minas, com o sentimento de ter feito a construção do futuro do setor elétrico brasileiro”, comentou o ministro.

“O Brasil é o celeiro de alimentos do mundo e será o celeiro de energias limpas e renováveis”, concluiu.