Sistema elétrico precisará modernizar suas instalações para aumentar a segurança, diz ministro de Minas e Energia

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Torre derrubada da linha de transmissão Samuel-Ariquemes, da interligação Acre-Rondônia. Divulgação Eletronorte.

São Paulo – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG) disse que o sistema elétrico precisará modernizar suas instalações para aumentar a segurança, após reunião com ministro da Justiça, Flavio Dino, Polícia Federal e vários órgãos após os ataques às torres de transmissão. As informações foram concedidas em entrevista a jornalistas após reunião realizada nesta terça-feira (17/01), no MME.

Participaram da reunião de hoje representantes das empresas do setor elétrico, da Associação Brasileira das Empresas de Transmissão de Energia Elétrica (Abrate), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nesta terça-feira (17/1) para a determinação de medidas junto ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

“O sistema elétrico nacional é um patrimônio de todos os brasileiros e vem sendo atacado por alguns desavisado, que não entendem que vão pagar por isso, tanto do ponto de vista legal, quanto do ponto de vista de ressarcimento desses danos”, comentou o ministro.

O ministro disse que ainda não é possível dizer se os ataques às torres de transmissão estão relacionadas com as manifestações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro ocorridas no último domingo. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), são sete casos de ataque contra torres de transmissão de energia elétrica em três estados, com quatro torres derrubadas.

Em relação aos ataques ocorridos nos últimos dias especificamente, Silveira disse que a polícia está investigando e que se pronunciará “num momento oportuno”. “Não podemos afirmar que os ataques foram sabotagem. O que podemos dizer é que, pelo fato de vários eventos convergirem, nós entendemos, por bem, sermos proativos e nos adiantarmos a possíveis problemas mais graves, usando todos os instrumentos de vigilância que o Estado possui, declarou ele.

O ministro disse que há “uma boa vontade” das empresas do setor elétrico para a instalação de sistemas de monitoramento, vigilância via drone e outros instrumentos “muito modernos” e que o evento [os ataques às instalações] está servindo como uma oportunidade para avançar na segurança.

Ele disse que o governo, por meio dos órgão do setor elétrico, como a Aneel e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), além da Polícia Federal, junto com os governos estaduais seguirá monitorando as instalações e investigações sobre os ataques. Para evitar novos ataques, será necessário modernizar o sistema de segurança, mas que o sistema já é eficiente, por isso não teve nenhum problema no fornecimento de energia mesmo após os ataques. “Não houve nenhum dano, nem prejuízo ao sistema nacional de energia elétrica.”

Silveira também disse que haverá uma “ação focal” da polícia momentâneamente por conta das ocorrências recentes, especialmente nas linhas com maior conexão ao Sistema Interligado Nacional (SIN). “O que é permanente, nos 180 mil km de linhas de transmissão é o aperfeiçoamento de seu sistema de controle. No seculo 21, há muitos instrumentos que são possíveis na questão da inteligência do sistema, para atuar de forma efetiva nos seus controles. Mas o sistema atual é muito moderno”, comentou.

Segundo o ministro, apenas uma das torres danificadas em São Paulo não voltou a operar. Ao todo, a Aneel contabiliza três ocorrências em Rondônia, duas no Paraná e duas em São Paulo.

Na noite de domingo para segunda, três torres de transmissão de eletricidade foram derrubadas no Paraná e em Rondônia e, segundo a Aneel, com indícios de sabotagem e vandalismo. Os casos aconteceram horas após a ação criminosa que invadiu a sede dos Três Poderes em Brasília.

O ministro disse que espera avançar com esse tema para prosseguir com outros assuntos da pasta, como o anúncio de seu corpo técnico. “Precisamos dar eficiência ao setor público nacional para combater as desigualdades do país.”