Setor de serviços sobe 3,7% em fevereiro e engata 9 meses de alta, diz IBGE

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transporte, armazenagem, serviços, logística
Foto: José Fernando Ogura/Divulgação IBGE

São Paulo – A receita real de serviços, que se refere à evolução do volume da atividade no setor em termos reais, descontada a inflação (deflacionado), cresceu 3,7% em fevereiro em relação a janeiro, após alta de 0,6% no resultado anterior, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o nono resultado positivo consecutivo.

Já em relação a fevereiro de 2020, o volume de serviços recuou 2,0%, marcando a décima segunda taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto. Com isso, o setor acumula perdas de 8,6% nos últimos 12 meses até fevereiro, no resultado negativo mais intenso da série histórica para o período.

Segundo o IBGE, com o resultado, o setor de serviços acumula ganhos de 24,0% em nove meses de alta e supera, pela primeira vez, o nível pré-pandemia e fica 0,9% acima do patamar registrado em fevereiro de 2020. Na passagem de janeiro para fevereiro, todas as cinco atividades pesquisadas registraram alta, com destaque para a atividade de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (+4,4%), enquanto os serviços profissionais, administrativos e complementares subiram 3,3%.

Já os serviços prestados às famílias avançaram 8,8%. Eles incluem segmentos como restaurantes e hotéis e tiveram a maior alta do mês. Para o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, isso se deve muito ao fato de a base de comparação estar baixa.

“Sendo uma das atividades mais afetadas pelas restrições impostas por estados e municípios para enfrentamento da pandemia, esse serviço teve perdas significativas entre março e maio [de 2020] e ainda oscilam muito, conforme as medidas de isolamento social são relaxadas ou enrijecidas. Os dois meses anteriores foram de queda. Portanto, há um longo caminho a percorrer para a recuperação”, explicando, acrescentando que o setor está 23,7% abaixo do nível de fevereiro de 2020.

Já na comparação anual, houve queda em três das cinco atividades pesquisadas, sendo o maior destaque negativo em serviços prestados às famílias (-28,1%), enquanto os setores de informação e comunicação e outros serviços subiram 2,7% e 1,2%,
respectivamente.

ATIVIDADES TURÍSTICAS

O segmento do turismo cresceu 2,4% entre janeiro e fevereiro, segundo mês de alta, mas acumula retração de 31,1% na comparação anual, na décima segunda taxa negativa seguida. Apesar de avançar 127,5% entre maio de 2020 e fevereiro deste ano, o setor precisa crescer 39,2% para retornar aos níveis pré-pandemia.