Bolsa fecha em alta com Vale, Petrobras e na expectativa de decisão do Fed; dólar encerra a R$ 5,1151

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São Paulo -A Bolsa fechou no positivo acompanhando o movimento no exterior, boa performance da Vale (VALE3) com o impactado da proposta de um novo acordo para reparar os danos causados em Mariana no rompimento da barragem do Fundão, que totaliza R$ 127 bilhões, e alta da Petrobras, apesar da queda do petróleo no mercado internacional.

Mas, os investidores ficam na expectativa de decisão de juros nos Estados Unidos, dia de feriado aqui em que a B3 não abre.

A Vale (VALE3) subiu 1,84% e Petrobras (PETR3 e PETR4) avançou 1,80% e 1,78%. O Grupo Casas Bahia (BHIA3) disparou 31,98 com o anúncio de recuperação extrajudicial.

O principal índice da B3 subiu 0,65%, aos 127.351,79 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho avançou de 0,55%, aos 128.700 pontos. O giro financeiro foi de R$ 17,3 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em alta.

Leonardo Santana, analista e sócio da Top Gain, disse que na sessão de hoje, o mercado está mais parado, mas com um cenário mais otimista tanto local como externo.

“Os players estão segurando um pouco porque a semana é de expectativas com a decisão de juros nos EUA, payroll, ADP. A Petro e Vale estão segurando o índice, o setor financeiro misto e Casas Bahia subindo forte após o acordo de do recuperação extrajudicial”.

Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, disse que a Bolsa sobe puxada principalmente por conta da Vale, mas com o feriado na quarta (01) o mercado opera mais instável.

“A mineradora avança com a proposta de acordo para encerrar a questão da demanda judicial de Mariana [rompimento da barragem do Fundão, valor de R$ 127 bilhões]. As ações do índice estão bem dívidas [na sessão] e o mercado exterior também está nesse tom. Acredito que não está seguindo nenhum tema interno mesmo porque o IGP-M [+0,31%, expectativa de +0,23%] veio mais forte que o esperado e a curva de juros [está] caindo inteira. O começo da semana está mais de lado mesmo porque tem decisão de juros na quarta e ninguém quer tomar uma posição mais arriscada e ficar longe da tendência externa”.

Mais cedo, Ubirajara Silva, gestor de renda variável independente, disse que o Ibovespa futuro opera perto da estabilidade em uma semana de feriado aqui e decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

“A semana começa mais calma. Em dia de feriado aqui em que o mercado brasileiro ficará fechado tem decisão de juros nos Estados Unidos. E na sexta-feira (3) tem um dado importante lá fora, o payroll, [dado do mercado de trabalho] para saber a sinalização do Fed. O minério realizou um pouco depois de uma sequência de alta, petróleo caindo e treasuries fechando, o que reflete nas moedas dos países emergentes. Esta semana deve ser mais tranquila em Brasília, mas devemos acompanhar o fiscal e atenção às pautas que o Congresso deve votar. O Zanin [Cristiano Zanin, ministro do Supremo Tribunal Federal] vetou desoneração da folha [de pagamentos de 17 setores da economia] e gera conflito entre poderes”.

O dólar comercial fechou no zero a zero, cotado a R$ 5,1151. O pregão foi marcado pelo sentimento de cautela com os investidores de olho na decisão de política monetária nos Estados Unidos, na quarta-feira (1), dia de feriado aqui, e na expectativa para o payroll, na sexta-feira (3). A moeda norte-americana oscila entre a máxima de R$ 5,1203 e mínima R$ 5,1028.

Cristiane Quartaroli, economista do Ouribank, disse que o pregão foi parado para o câmbio e a semana deve ser de lado por conta de decisão do Fed e dados do mercado de trabalho.

“Hoje foi bem de lado. O sentimento é de cautela em razão da decisão de juros nos Estados Unidos, quarta-feira (1). O mais importante é prestar atenção no comunicado e nesse dia vai ser feriado aqui. O mercado também está na expectativa do payroll”.

Fabio Murad, sócio da Ipê Avaliações, disse que “no cenário internacional, as expectativas quanto às decisões do Fed sobre a política de juros e a divulgação dos próximos passos da economia norte-americana, incluindo indicadores do mercado de trabalho, impactam na cotação da moeda. Além disso, as tensões geopolíticas, como a guerra na Ucrânia, também exercem pressão sobre o mercado de câmbio”.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecham em queda, seguindo os Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) que refletem alívio com o PCE na sexta-feira.

Por volta das 16h25 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,155%, de 10,200% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 10,385% de 10,430%, o DI para janeiro de 2027 ia a 10,755%, de 10,790%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 11,080% de 11,125% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar comercial operava de lado cotado a R$ 5.1128 para a venda.

Os principais índices de ações do mercado dos Estados Unidos fecharam em alta na segunda-feira, impulsionados pela Tesla, enquanto os investidores se preparavam para uma semana dominada pelos lucros corporativos e por uma reunião do Federal Reserve.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,38%, 38.386,09 pontos
Nasdaq 100: +0,35%, 15.983,1 pontos
S&P 500: +0,31%, 5.116,17 pontos

 

Com Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência Safras News