Sanções sobre Rússia superam qualquer coisa que já fizemos, afirma Biden

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden / Foto: Casa Branca

São Paulo – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou novas sanções contra a Rússia como resposta aos ataques perpetrados pelo presidente russo, Vladimir Putin, à Ucrânia.
Segundo ele, as penalidades serão em conjunto com o G-7 (grupo composto por Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) e devem afetar cinco grandes bancos russos, congelar mais de US$ 1,3 trilhão de ativos do país e dificultar todos os negócios feitos em dólar, euro, libra esterlina e iuane.
“Por semanas avisamos que este ataque iria acontecer. Compartilhamos informações confidenciais sobre os planos de Putin de criar um pretexto mentiroso para seu ataque”, afirmou Biden em coletiva de imprensa. “Agora, iremos agir em conjunto para impor as sanções mais profundas que já fizemos”.
SANÇÕES
De acordo com o presidente, cinco grandes bancos russo serão penalizados, congelado quase 80% dos ativos bancários do país. “Serão mais de US$ 1,3 trilhão incapacitados”, afirmou Biden. “Também limitaremos consideravelmente qualquer tentativa de negócio no país por meio das moedas do dólar, euro, libra esterlina e iene”.
“Essas medidas incapacitarão investimentos na área militar e tecnológica do país”, explicou o presidente. Segundo Biden, equipamentos dos Estados Unidos e dos países pertencentes ao grupo estarão indisponíveis para o país.
Quando questionado sobre sancionar o presidente Vladimir Putin, Biden disse que ainda havia essa possibilidade e que as penalidades aplicadas “são piores do que a retirada dos bancos russos da Swift”, nome usado para se referir à sociedade que representa o sistema bancário global. A rede de alta segurança foi fundada em 1973 e é usada por mais de 11 mil instituições financeiras para enviar ordens de pagamentos.
Biden também recebeu questionamentos sobre a eficiência de suas sanções na prevenção de uma guerra. “Sanções nunca foram feitas para prevenir nada. Elas irão agir e Putin tentará lidar com elas, mas elas irão enfraquecer seu país completamente”, disse ele. “Em um mês veremos como a situação estará”.
  PETRÓLEO
Biden também tentou acalmar a população dizendo que o governo impediria “o abuso de empresas petrolíferas durante este momento”. Segundo ele, o país irá monitorar o mercado de petróleo para evitar disrupções e tomará medidas para garantir o fluxo de combustível sem preços muito altos. Entre as ações, estaria a liberação de mais barris de petróleo da reserva norte-americana.
“A probabilidade de que os movimentos de baixa nos mercados sejam de grande duração é baixa”, disse o presidente quando questionado sobre a reação de Wall Street.
   ALIADOS
O presidente disse que “o mundo está contra Putin” e que “qualquer nação envolvida com a Rússia será manchada por associação”. Quando perguntado sobre algum pedido à China para se juntar ao G-7 em sua pressão contra Rússia, Biden disse não estar “preparado para responder essa pergunta”.
De acordo com ele, Putin jamais agiu com o interesse de defesa do país e tem interesse em retornar ao território do “império soviético”. O presidente disse que não planeja conversar com o homólogo russo.
Biden também frisou que o país não se envolveria no conflito entre Ucrânia e Rússia. “Nossas forças não se engajaram e não vão se engajar nesse conflito. Nós só as usaremos para proteger aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)”, disse ele.
Tropas norte-americanas foram enviadas para os países vizinhos como Polônia e Eslovênia, que são aliadas da Otan, para proteção das fronteiras dos países e auxílio com fugitivos ucranianos.
 CONFLITO
“Milhares de tropas foram enviadas para nossos aliados na Europa e autorizei o envio de mais forças para a Alemanha”, afirmou Biden. “Se algum de nossos aliados se envolver no conflito, nós iremos nos envolver. Estamos mais unidos do que nunca”. Para a Ucrânia, o país planeja investir apenas em “apoio humanitário”.
Segundo Biden, “este é um momento muito perigoso para a Europa e para as nações livres”, mas que os Estados Unidos “não deixarão os desejos de intimidação de Putin se concretizarem”.
Finalmente, ele afirmou que não sabe “o que Putin ameaça fazer, só o que ele já fez”, quando questionado sobre uma ameaça de ação nucelar.