Saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou R$16,3 tri em fevereiro

160
Gráficos de ações // Créditos: Pexels/Tima Miroshnichenko

São Paulo – Em fevereiro, o saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou R$16,3 trilhões (148,7% do PIB), aumentando 1,2% no mês, devido principalmente à elevação do saldo dos títulos de dívida pública (2,5%). Na comparação interanual, o crédito ampliado cresceu 9,5%, prevalecendo as elevações da carteira de empréstimos do SFN (7,8%), dos títulos de dívida públicos (12,4%), dos títulos de dívida privados (13,4%) e dos títulos de dívida securitizados (26,9%).

O crédito ampliado a empresas atingiu R$5,6 trilhões (50,8% do PIB), aumentando 0,5% no mês, com elevação nos títulos de dívida (1,2%). Em relação a fevereiro de 2023, a expansão de 6,0% do crédito ampliado a empresas refletiu principalmente o aumento de 19,9% em títulos de dívida.

O crédito ampliado às famílias atingiu R$3,8 trilhões (35,0% do PIB) em fevereiro, com variações positivas de 0,6% no mês e de 10,1% em doze meses, em função do incremento nos empréstimos do SFN.

OPERAÇÕES DE CRÉDITO DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

O estoque de crédito do SFN avançou 0,2% em fevereiro ao totalizar R$5,8 trilhões. Esse desempenho resultou da diminuição de 0,2% no estoque de crédito às empresas, que totalizou R$ 2,2 trilhões, em contrapartida ao aumento de 0,5% no destinado às famílias, R$ 3,6 trilhões. Comparativamente ao mesmo período do ano anterior, o crédito do SFN em fevereiro acelerou, com incremento de 8,0% ante 7,7% ocorrido em janeiro. Observados os mesmos períodos de comparação, os estoques de crédito para pessoas jurídicas e para pessoas físicas registraram aceleração, com incrementos de 4,2% ante 3,7% e de 10,4% ante 10,3%, na mesma ordem.

O estoque de crédito com recursos livres cresceu 0,1% no mês e 5,3% em doze meses, alcançando R$3,4 trilhões. No segmento de crédito livre às empresas, o estoque somou R$1,4 trilhão, com redução de 0,3% no mês e incremento de 1,2% em doze meses. Basicamente, contribuiram para esse desempenho a redução das modalidades de capital de giro com prazo inferior a 365 dias (-11,0%), desconto de duplicatas e outros recebíveis (-0,9%) e antecipação de faturas de cartão de crédito (-1,4%).

De forma diversa, o estoque de crédito livre às famílias avançou 0,3% no mês e 8,5% em relação a fevereiro de 2023, impulsionado, principalmente, pelas altas das carteiras de crédito pessoal consignado para beneficiários do INSS (2,0%), crédito pessoal não consignado (1,6%), financiamento para a aquisição de veículos (1,2%) e crédito pessoal consignado para trabalhadores do setor público (0,6%). Ressalte-se, entretanto, a diminuição da carteira de cartão de crédito à vista, -2,7%, cujo resultado mostrou-se determinante para o avanço menos expressivo da carteira de crédito livre à pessoas físicas no mês. A carteira de crédito não rotativo expandiu 1,1% no mês e 9,5% em doze meses, enquanto as modalidades rotativas declinaram 2,0% no mês, mas cresceram 5,7% em doze meses.

O estoque do crédito direcionado em fevereiro aumentou 0,5% no mês e 11,8% em doze meses, alcançando R$2,4 trilhões. Por segmento, o crédito direcionado para pessoas jurídicas reduziu 0,1% no mês e aumentou 9,9% comparativamente ao mesmo mês de 2023 ao somar R$810,5 bilhões, enquanto o crédito direcionado as famílias cresceu 0,8% e 12,8%, na mesma ordem, totalizando R$1,6 trilhão.

As concessões nominais de crédito alcançaram R$501,6 bilhões em fevereiro, mês que apresentou 3 dias úteis a menos em relação a janeiro. Nas séries com ajuste sazonal, as concessões totais decresceram 0,3% no mês, com mesmo percentual de redução observado tanto nas operações com empresas quanto com famílias. No acumulado em doze meses até fevereiro de 2024, as concessões nominais aumentaram 5,3%, com incrementos de 1,3% nas operações com pessoas jurídicas e 8,6% nas com pessoas físicas. As concessões médias diárias em fevereiro avançaram 9,5% em relação ao observado em janeiro deste ano, com aumentos de 12,6% no segmento de empresas e 7,3% no segmento de famílias.

A taxa média de juros das novas contratações atingiu 27,8% a.a. em fevereiro, com diminuição de 0,4 p.p. no mês e de 3,3 p.p. comparativamente ao mesmo período do ano anterior. O spread bancário das novas contratações assinalou 19,2 p.p., com diminuições de 0,3 p.p. no mês e 1,6 p.p. em doze meses.

No crédito com recursos livres, a taxa média de juros atingiu 40,2% a.a. em fevereiro, com decréscimos de 0,3 p.p. no mês e de 3,8 p.p. em doze meses. A redução no mês foi resultado principalmente da efetiva redução nas taxas de juros (efeito taxa), com pequeno efeito contrário na composição da carteira (efeito saldo). Nas operações com empresas, a taxa média alcançou 21,4% a.a., declínio mensal de 0,9 p.p. e de 2,4 p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior. Basicamente, contribuíram para esse resultado as quedas nas taxas médias das modalidades de desconto de duplicatas e outros recebíveis (1,0 p.p.), capital de giro com prazo superior a 365 dias (-0,7 p.p.) e cartão de crédito rotativo (-38,3 p.p.).

No crédito com recursos livres às famílias, a taxa média de juros atingiu 52,5% a.a., com diminuição mensal de 0,1 p.p. e de 6,0 p.p. em doze meses. Esse resultado foi influenciado, basicamente, pelo decréscimo das taxas médias praticadas nas operações de cartão rotativo (-6,8 p.p.) e cartão parcelado (3,3 p.p.).

O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de todo o crédito do SFN, atingiu 21,9% a.a., mantendo-se estável no mês e caindo 0,4 p.p. em 12 meses.

A inadimplência da carteira de crédito total do SFN manteve-se estável em fevereiro, em 3,3%. Na comparação em 12 meses, o indicador também permaneceu estável. Por segmento, os percentuais de inadimplência das carteiras de pessoas jurídicas e de pessoas físicas igualmente mostraram estabilidade, em 2,6% e 3,7%, respectivamente.

No crédito livre, a inadimplência manteve-se estável em 4,6% do total da carteira, comportamento observado também nas carteiras de crédito livre para as empresas e para as famílias, as quais se situaram em 3,3% e 5,5%, respectivamente.

O endividamento das famílias ficou em 48,0% em janeiro, alta de 0,2 p.p. na comparação com o mês anterior e queda de 0,9 p.p. em doze meses. O comprometimento de renda atingiu 25,8% em janeiro, revelando alta de 0,1 p.p. no mês e queda de 1,6 p.p. em 12 meses.

AGREGADOS MONETÁRIOS

A base monetária totalizou R$414,7 bilhões no mês de fevereiro, variação de 2,5% no mês e de 2,8% em doze meses. No mês, o volume de papel-moeda em circulação diminuiu 0,9% enquanto as reservas bancárias cresceram 18,6%.

Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da base monetária, impactaram de forma expansionista: as operações do Tesouro Nacional, R$7,6 bilhões; as do setor externo, R$835 milhões; as com derivativos, R$409 milhões; e os depósitos de instituições financeiras, R$26,9 bilhões (liberação de recursos de caderneta de poupança, R$1,5 bilhão, de depósitos a prazo, R$6,3 bilhões, de recursos do Proagro, R$725 milhões, de recursos não aplicados em operações de microfinanças, R$17 milhões, de depósitos voluntários a prazo, R$17,7 bilhões, e de depósitos de garantias em espécie vinculadas a Linhas Financeiras de Liquidez LFL, R$767 milhões, recebimentos de depósitos para compensação de cheques e outros papeis, -R$58 milhões). Apresentaram impactos contracionistas: as operações com títulos públicos federais, R$19,5 bilhões (colocações líquidas de R$85,5 bilhões no mercado primário e compras líquidas de R$66 bilhões no mercado secundário).

Os meios de pagamento restritos (M1) somaram R$611 bilhões, elevação de 0,4% no mês, resultado da redução de 0,7% do papel-moeda em poder do público e do crescimento dos depósitos à vista de 1,4%. Considerando-se dados dessazonalizados, o M1 registrou avanço de 0,4% no mês.

O M2 avançou 0,5% no mês, com saldo total de R$5,9 trilhões, refletindo o crescimento do saldo dos títulos emitidos por instituições financeiras que alcançou R$4,3 trilhões (+0,6%), resultado do crescimento nos saldos das letras financeiras (LF) e dos depósitos a prazo, que totalizaram, respectivamente, R$480 bilhões e R$2,8 trilhões. No período, o saldo dos depósitos de poupança cresceu 0,1%, apesar de ter registrado captação líquida negativa de R$3,8 bilhões, o que foi contrabalançado pela remuneração do período. O M3 registrou aumento de 1,2% no período, totalizando R$11,0 trilhões, refletindo o crescimento no saldo das quotas de fundos monetários que totalizou R$4,9 trilhões, com variação positiva de 2,1%. O M4 avançou 1,4% no mês, totalizando R$12,1 trilhões. Em 12 meses a variação foi de 12,2%.