Rumor sobre oferta de ações é negativo para Taesa, diz Genial

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São Paulo – A Transmissora Aliança de Energia Elétrica SA (Taesa) disse que não há qualquer decisão formal da companhia sobre qualquer oferta pública de ações, debêntures ou outros valores mobiliários via distribuição em mercado de capitais, de até R$ 2 bilhões, para capturar oportunidades nos leilões de transmissão agendados para este ano e 2024, que devem exigir um capex de cerca de R$ 50 bilhões dos vencedores, em resposta a questionamento feito pela B3, nesta segunda-feira (10/4), sobre notícia divulgada pelo portal “Brazil Journal”.

“Tal decisão está sujeita, dentre outros fatores, à obtenção das aprovações societárias necessárias, a condições políticas e macroeconômicas favoráveis e ao interesse de investidores. A Companhia informa ainda que, caso tal oferta pública ocorra, ela será realizada nos termos da legislação e regulamentação aplicável.”

Para a Genial Investimentos, nos últimos anos, os leilões têm sido marcados por um alto grau de competição entre os participantes, com deságios de até 60% em relação as RAPs oferecidas somadas aos desafios recentes. Entretanto, cita que é importante reconhecer que o cenário adverso no que diz respeito ao custo dos projetos, financiamento mais caro, maiores incertezas macroeconômicas deve afastar competição dos leilões e deixar espaço para os players puro sangue do setor (TAESA, ISA CTEEP, Alupar, Engie, Eletrobrás, etc) e afastar construtoras, fundos de private equity, novos entrantes, etc e, com isso, o momento correto de ser mais agressivo e adquirir lotes em condições favoráveis é exatamente esse o que pesaria favoravelmente a uma capitalização da TAESA nesse momento, apesar dos pesares.

A Genial avalia que a ideia de uma possível capitalização depois de anos marcados pelo expressivo pagamento de dividendos, mostra que a empresa não foi eficiente na alocação dos seus recursos emissão de ações diluem a sua atual base de acionistas e tem custos.

“Depois disso, achamos que a empresa negocia com prêmio versus seus principais pares na bolsa (TRPL4/ALUP11) sem que nós necessariamente vejamos fundamentos superiores ou maior capacidade de execução que justifique esse prêmio na realidade, em nossa leitura, o prêmio da TAEE11 vs pares é derivado da quantia em dividendos que a empresa distribui versus as demais, que seguiram com uma postura mais conservadora no que diz respeito a proventos nos últimos anos”, comentam os analistas da Genial, em relatório divulgado nesta terça-feira.

Apesar de achar o case da Taesa como muito bem sucedido, a corretora aponta que, aos atuais níveis de preço, não gostaria de participar da capitalização da empresa caso essa possibilidade venha a se provar mais do que um rumor.

“Entretanto, preferimos adotar uma estratégia mais gradualista e, de uma maneira ou de outra, nos expor a cases mais descontados e com histórico de execução tão bom quanto”, comenta a Genial, que tem recomendação “Manter” para TAEE11, com preço-alvo de R$ 35 (upside de 3,34%).