RADAR DO DIA: Powell nos EUA; Focus reduz Selic e inflação; Arcabouço no Senado

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O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell / Foto: Fed

São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em queda. Depois do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) confirmar a manutenção dos juros nos Estados Unidos, entre 5% e 5,25% ao ano, após dez altas consecutivas, o mercado aguarda nesta semana as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, no Congresso dos EUA, onde comparecerá duas vezes.

Após a decisão de manter os juros, Powell disse que a maioria dos membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) acredita que mais aumentos nas taxas serão necessários, mas que “a necessidade de endurecimento adicional na política monetária” seria avaliada de acordo com os dados recebidos a cada encontro do Comitê.

Os possíveis novos aumentos dos juros nos EUA ainda este ano tem a ver com a questão dos aumentos de salários no setor de serviços não imobiliários, que ainda estão altos diante do mercado de trabalho ainda aquecido. Segundo Powell, isso é uma das partes mais importantes que contribuem para a inflação no país.

A semana também trará a decisão, na quinta-feira (22), do Banco Central da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) sobre a nova taxa de juros. A previsão é de um novo aumento. Em sua última reunião, em maio, o BoE elevou o juro em 0,25 ponto percentual. Foi a 12a alta consecutiva.

Por aqui, a semana terá a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil, na quarta-feira (21), sobre a taxa de juros. A previsão do mercado é que o BC mantenha a Selic em 13,75%.

Segundo relatório do Itaú, uma eventual flexibilização da política monetária deveria ocorrer de forma gradual. Por um lado, a queda da inflação corrente tem sido importante. Mesmo que concentrada em itens voláteis e bens industriais, a desinflação tende a ser repassada para itens mais indexados, pela inércia menor. Esses fatores devem permitir o início de
um ciclo de cortes em setembro.

Na manhã de hoje foi publicado a pesquisa Focus, com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central (BC), que reduziram de 12,50% para 12,15% a previsão para a taxa básica de juros (Selic) ao final de 2023. Atualmente, ela está em 13,75%. Para 2024, a estimativa para a taxa Selic recuou de 10% para 9,50%.

Sobre a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a previsão recuou de 5,42% para 5,12%. A meta para a inflação no período é de 3,75%. Para 2024, também houve queda, passando de 4,04% para 4%.

Em Brasília, a expectativa continua com a tramitação do arcabouço fiscal no Senado. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) deve realizar de apenas uma audiência pública para debater a nova regra fiscal, já aprovado na Câmara dos Deputados. O texto em análise no colegiado é diferente da proposta original enviada em abril pelo Poder Executivo. O relator da matéria, Omar Aziz (PSD-AM), disse que pretende apresentar seu relatório amanhã (20).

No setor corporativo, a Petrobras informou na sexta-feira (16) que realizou o pagamento da 2a parcela dos dividendos complementares referentes ao exercício de 2022, conforme aprovado pela Assembleia Geral Ordinária. O valor bruto distribuído, atualizado pela taxa Selic entre 31/12/2022 e o dia 16 de junho de 2023, com base na posição acionária de 27/04/2023 para os detentores de ações de emissão da Petrobras negociadas na B3, corresponde a R$ 0,92692932 por ação ordinária e preferencial em circulação sob a forma de dividendos.

A Eletrobras informou que lançará amanhã (20) seu novo Plano de Demissão Voluntária (PDV), o segundo desde a privatização da companhia, ocorrida em junho de 2022. O PDV será implantado nas empresas Eletrobras com a previsão de saída de até 1.574 colaboradores e faz parte dos compromissos previstos no Acordo Coletivo de Trabalho. Neste contexto de heterogeneidade do público elegível, as estimativas para o custeio global variam entre R$ 450 milhões e R$ 750 milhões, com um payback similar aos planos anteriormente praticados.

A Embraer informou que, em conjunto com sua subsidiária Embraer Aircraft Holding, Inc. (EAH) e Nidec Motor Corporation (NMC), celebrou um framework agreement. O documento estabelece os termos e condições para a criação de uma nova sociedade denominada Nidec Aerospace para o desenvolvimento conjunto e fabricação de sistemas elétricos de propulsão para uso aeronáutico, incluindo para veículos de decolagem e pouso vertical (eVTOL) e aeronaves de asa fixa.

A Eletrobras informou que a agência de classificação de risco Fitch Ratings reafirmou todos os ratings de longo prazo em moeda local e estrangeira em BB- e de longo prazo em escala nacional em AA (bra), e que houve alteração da perspectiva dos ratings de estável para negativa.

A CSN informou que vai realizar sua 14a emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em até três séries, no valor total de R$ 700 milhões, com valor nominal unitário de R$ 1 mil, na data de emissão. As debêntures da primeira série terão prazo de vencimento de sete) anos, as debêntures da segunda série terão prazo de vencimento de dez anos e as dêbentures da terceira série terão prazo de vencimento de 15 anos.

Deputados de oposição ao governo Ratinho Júnior (PSD) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) repudiam o comunicado ao mercado divulgado pela Copel na manhã desta sexta-feira, em resposta a esclarecimento pedido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre notícia divulgada pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, que informa que a estatal tenta na Justiça a anulação de uma sentença arbitral que impôs uma dívida de R$ 3,2 bilhões à companhia.