RADAR DO DIA: Mercados globais mais otimistas

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São Paulo – Os principais índices de ações do mundo operam em alta nesta manhã, otimistas com a declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que o coronavírus não se trataria no momento de uma “emergência global”.

Apesar das 830 infectados confirmados e de pelo menos 25 mortes, os analistas da Correparti acreditam que o posicionamento da autoridade impõe tranquilidade para as populações e consequentemente aos mercados financeiros que observam as principais bolsas de valores operando no positivo.

Por aqui, o presidente Jair Bolsonaro entrou em choque com o ministro Sérgio Moro, ao aproveitar a reunião com os 27 secretários de Segurança Pública estaduais e levantar a possibilidade de desmembrar a área de Segurança do Ministério da Justiça e esvaziar a Pasta de Moro.

Ele havia despachado com Moro horas antes, mas não o convidou para o encontro. A provocação do presidente ocorre por conta da disputa pelo comando da Polícia Federal. Bolsonaro havia tentado indicar um nome para o lugar do delegado Maurício Valeixo em setembro, mas o ministro resistiu publicamente.

Sem a pasta da Segurança sob seu comando, Moro sai do governo, informa Bela Megale, do jornal “O Globo”. Em entrevista para a Globo News há pouco, Bolsonaro acenou um recuo. “A possibilidade agora [de criar a pasta] e zero”.

Por falar em Moro, o ex-juiz já demonstra ter iniciado uma construção de imagem para carreira política. Ontem ele inaugurou sua conta no Instagram e vem intensificando a atuação no Twitter.

Alguns analistas apontam que o movimento de Bolsonaro de desidratar o poder de Moro seria uma reação a esse crescimento, o que seria uma ameaça para a eleição de 2022.

“Bolsonaro e Moro nunca estiveram tão próximos de um curto-circuito político. Apesar das eventuais homenagens de um e das recorrentes mesuras de outro, parecem cada vez mais dispostos a mergulhar numa disputa de poder inevitável. Embora o ministro seja considerado intocável por parte considerável da base bolsonarista, o presidente não demonstrou nenhum receio em contrariá-lo. Bolsonaro age para atordoar um personagem que o ameaça, mas esses choques também desgastam sua imagem entre os seguidores de Moro. Se o ministro decidir enfrentar o chefe, o presidente terá problemas”, afirmou Bruno Boghossian, em sua coluna na “Folha”.

O ex-ministro Gustavo Bebbiano, fritado em fevereiro no governo, afirmou em entrevista: “Até agora, Moro foi o freio que inibiu o uso político da Polícia Federal, o que, com toda certeza, irrita bastante o Jair. Sem o Moro, as chances de a PF ser utilizada como ferramenta de opressão contra os desafetos serão grandes. Isso poderá gerar um clima muito pesado no país”.

A nomeação de Regina Duarte para a secretaria da Cultura deve acontecer semana que vem, após o retorno de Bolsonaro da India.

DAVOS

Guedes disse que estuda a criação de um ‘imposto do pecado’. A tarifa seria incidida sob cigarros, bebidas alcoólicas e produtos com adição de açúcar, como refrigerantes, sorvetes e chocolates.

Sem Bolsonaro, o único representante do governo é o ministro Paulo Guedes. “Sem dúvida a gente entregou números importantes do ponto de vista econômico, mas a gente estava fora dos painéis de educação, desigualdade e Amazônia”, disse.

Luciano Huck foi lançado candidato à presidência pelos presentes no Fórum Econômico Mundial. E não negou. O apresentador só disse que ainda não tem a resposta nem para ele mesmo. Em sua apresentação, criticou o governo por estar presente no Fórum apenas com pautas econômicas.

EMPRESAS

O conselho de administração da Minerva aprovou, ontem, o preço por ação de R$ 13,00 no âmbito do aumento do capital da companhia, dentro do limite autorizado, no montante total de R$ 1,040 bilhão, mediante a emissão de 80 milhões de novas ações.

A Braskem vai paralisar, a partir de abril, a produção de cloro soda localizada em Camaçari (BA), cujas atividades iniciaram em 1979 e com capacidade anual de produção de 79 mil toneladas de soda cáustica e 64 mil toneladas de cloro.

A Companhia Siderúrgica Nacional precificou, ontem, uma oferta de títulos de dívida, denominados Notes, no mercado externo, emitidos pela subsidiária CSN Islands XI, no valor de US$ 1 bilhão, com vencimento em 2028 e juros de 6,750% ao ano.