RADAR DO DIA: Juros nos EUA; Selic em queda suave; balanços 4T23

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Foto: Svilen Milev / freeimages.com

São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em alta e as bolsa europeias em instabilidade. A semana termina com o mercado apontando que o Comitê Federal de Política Monetária (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed,o banco central
norte-americano) deve promover ao longo de 2024 três cortes nos juros, todos de 0,25 ponto percentual, a partir do inicio do segundo semestre. Na última quarta-feira, o Fed manteve os juros entre 5,25% e 5,50%.

Após o anúncio, o comunicado do Fed apontou que os indicadores recentes sugerem que a atividade econômica está se expandindo a um ritmo sólido. “Os ganhos de emprego permaneceram fortes, e a taxa de desemprego permaneceu baixa. A inflação diminuiu ao longo do último ano, mas permanece elevada”, destacou o o Fed. O Comitê reiterou seu compromisso em alcançar o pleno emprego e manter a inflação em torno de 2% a longo
prazo. Avaliando os riscos associados a esses objetivos, o Fomc considera que estão se equilibrando melhor, mas reconhece a incerteza do panorama econômico atua.

Ontem, foi divulgado o número de novos pedidos de seguro-desemprego nos EUA, com queda de 2 mil para 210 mil na semana encerrada em 16 de março, após ter alcançado 212 mil na semana anterior (dado revisado). Os analistas previam 213 mil pedidos. Uma queda nos pedidos sugere que menos pessoas estão sem trabalho, enquanto uma alta indica o contrário. A média móvel dos pedidos de seguro-desemprego feitos nas últimas quatro semanas, um indicador menos volátil, subiu em 2.500 para 211.250 pedidos.

Na próxima semana, será divulgado o índice de preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) de fevereiro, um dos principais dados analisados pelo Fed para tomar sua decisão sobre os juros. Em janeiro, o PCE subiu 0,3% em janeiro. Na base anual, o índice teve alta de 2,4%, uma desaceleração em relação ao aumento de 2,6% de dezembro. O núcleo do PCE, que exclui energia e alimentos, caiu para 2,8%.

Por aqui, a semana também teve decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre os juros. A taxa Selic foi reduzida em 0,50 ponto percentual, levando os juros para 10,75%, em decisão unânime. Em seu comunicado, o Copom informou que, “em função da elevação da incerteza e da consequente necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária, os membros do Comitê, unanimemente, optaram por comunicar que anteveem, em se confirmando o cenário esperado, redução de mesma magnitude na
próxima reunião”.

A Equipe de Macroeconomia do BTG Pactual disse que o Copom passou a adotar uma postura mais agressiva (hawkish) do que o esperado. Embora a maioria dos agentes de mercados esperasse algum ajuste na orientação futura, muitos pareciam antecipar que a nova redação poderia compensar significativamente essa mudança, ou seja, a opção de apenas ter mais flexibilidade para agir. Por enquanto, o BTG mantém projeção de taxa terminal para 2024 em 9,5%.

A temporada de balanços do quarto trimestre continua na próxima semana, com os números de Casas Bahia, Equatorial Energia, Grupo Soma, Minerva e Rumo na segunda (25); CVC, JBS e Rede D’Or na terça (26); Bradespar, Hapvida, Marfrig e Oi na quarta (27); Azul, IRB Brasil e Gol na quinta (28).

No setor corporativo, a CPFL Energia divulgou na noite de ontem (21) o balanço do quarto trimestre de 2023, com lucro líquido de R$ 1,32 bilhão, queda de 3,5% na comparação com o mesmo período de 2022. Em 2023, o lucro líquido foi de R$ 5,53 bilhões, alta de 6,1% em relação a 2022.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 3,11 bilhões, recuo de 18,2% em relação ao último trimestre de 2022. Em 2023, o Ebitda foi de R$ 12,8 bilhões, alta de 4,6% na comparação com 2022.

A Qualicorp divulgou o balanço do quarto trimestre de 2023, com prejuízo líquido de R$ 58,7 milhões, queda de 26,5% em relação ao mesmo período de 2022.

O conselho de administração da B3 aprovou o pagamento, aos acionistas da companhia, de juros sobre capital próprio (JCP), no valor total de R$ 292,5 milhões, equivalentes ao valor líquido de R$ 0,04447349 por ação, considerando o número de ações em circulação em 5 de março. O pagamento será realizado em 5 de abril e tomará como base de cálculo a posição acionária de 26 de março

A Equatorial informou que foram implementadas as condições precedentes estipuladas no contrato com a Infraestrutura e Energia Brasil, com interveniência e anuência do fundo de pensão canadense CDPQ, e da Integração Transmissora de Energia (Intesa) e, com isso, foi efetivada nesta data a alienação de 100% das ações da Intesa. Assim, como resultado da operação, a Infraestrutura e Energia Brasil comprou a totalidade do capital social votante da Intesa com o pagamento de aproximadamente R$ 320,91 milhões.

A Minerva informou que concluída a oferta da emissão de debêntures simples, no montante de R$ 2 bilhões, dividido em três séries, optando por fazer o swap das 2a e 3a series de CDI mais 1,10% ao ano. A primeira série foi de R$ 360 milhões, com remuneração de CDI mais 1,10% ao ano, com vencimento em 15 de março de 2029, a segunda série foi de R$ 612 milhões, com remuneração de 11,81% ao ano, com vencimento em 15 de março de 2029 e a terceira série foi de R$ 1,028 bilhão, com remuneração de 12,16% ao ano, com vencimento em 17 de março de 2031.

O conselho de administração da Cemig deliberou pela declaração de juros sobre o capital próprio (JCP) no valor bruto de R$ 386,3 milhões, ou R$ 0,17556586886 por ação, a ser compensado com o dividendo mínimo obrigatório do exercício de 2024.