RADAR DO DIA: Juros nos EUA; Inflação na Europa; Caged no Brasil

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em queda. O mercado continua em compasso de espera pela reunião do Comitê Federal de Política
Monetária (Fomc, na sigla em inglês),do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), que definirá os juros nos EUA amanhã. A expectativa é que o juros continuem no patamar atual (5,25% a 5,50%), após o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) de março ter vindo dentro das projeções.

O PCE aumentou 0,3% em março em relação ao mês anterior, igualando o aumento de fevereiro. Em uma base anual, o índice subiu 2,7% em março, acima dos 2,5% de fevereiro. As previsões apontavam para um aumento de 0,3% mensal e 2,6% anual. O PCE é o indicador de inflação preferido pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Na Europa, hoje saíram os dados da inflação da zona do euro, que subiu 2,4% em abril na comparação com o mesmo período de 2023, após a alta de 2,4% de março. Em base mensal, os preços ao consumidor ficaram estáveis em abril de 2024. A previsão era de alta de 2,4% em base anual. Já o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro no primeiro trimestre de 2024 subiu 0,3% na comparação com os três meses anteriores e subiu 0,4% em relação ao primeiro trimestre de 2023. No quarto trimestre de 2023, o PIB da zona do euro havia caído 0,1% na comparação trimestral.

Por aqui, hoje saem os números da taxa de desemprego no trimestre móvel encerrado em março, que deve ser de 8,1% da População Economicamente Ativa (PEA). As estimativas foram calculadas pelo Termômetro CMA. As previsões de sete instituições financeiras consultadas para o resultado mensal variam entre 8,0% a 8,1%, com a média das projeções em 8,07%.

Hoje também serão divulgados os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), relativo a março. Em fevereiro, o país criou 306,1 mil vagas, queda de 3,5% na comparação com janeiro. Em relação a fevereiro de 2023, o número de novas vagas cresceu 13%. A XP Investimentos prevê que o pais criará 1,45 milhão de vagas até o final de 2024.

Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que manutenção da desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia e da desoneração para pequenos municípios traz o risco de uma nova reforma da Previdência em três anos. Ele disse que o placar de 5 a 0 no Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da liminar que suspendeu a desoneração mostra a necessidade de acordos para evitar mais prejuízos à Previdência Social.

Apesar da advertência, o ministro se disse confiante em um acordo para resolver o impasse entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Apesar das recentes críticas do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ao governo por ter recorrido ao Supremo, Haddad afirmou que o diálogo trará resultados. “Tem dado muito resultado o nosso diálogo com o Congresso e com o Judiciário. O Pacheco segue sendo um aliado”, destacou o ministro

Na semana passada, após o ministro Cristiano Zanin, do STF, atender a um pedido do governo Lula e suspender trechos da lei que prorrogou até 2027 a desoneração da folha das empresas de 17 setores da economia e a municípios com até 156 mil habitantes, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que o governo Lula errou ao judicializar a política e impor suas próprias razões ao recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a desoneração da folha de pagamento de setores intensivos em mão de obra, chancelada pelo Congresso.

Na manhã de hoje foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Para o IPCA, a expectativa para 2024 passou ficou estável em 3,73%. Para 2025, a previsão também manteve o mesmo índice da semana passada, ou seja, 3,60%.

Sobre a taxa Selic, a previsão para este ano segue em 9,50%. Para 2025, a previsão também ficou estável em 9%. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão para 2024 ficou estável em 2,02%. Em 2025, a previsão para o PIB manteve a estabilidade, chegando a 2%. Para o dólar, a previsões para 2024 segue em R$ 5. Para o ano que vem, a previsão é a mesma da semana passada, a R$ 5,5.

No setor corporativo, o Santander Brasil divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2024, com lucro líquido gerencial de R$ 3,021 bilhões, alta de 41,2% em relação ao mesmo período de 2023. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROAE) subiu 3,5 pontos porcentuais, chegando a 14,1%. A margem financeira bruta foi de R$ 14,790 bilhões, alta de 14,5%.

A produção no Brasil e no exterior de petróleo, líquido de gás natural (LGN) e gás natural da Petrobras alcançou 2,776 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) no primeiro trimestre deste ano, alta de 3,7% na comparação anual e queda de 5,4% na comparação com o trimestre anterior. Dentre os principais fatores para a variação anual, a companhia destaca o ramp-up dos FPSOs Almirante Barroso, P-71, Anna Nery, Anita Garibaldi e Sepetiba, além da entrada em produção de 19 novos poços de projetos complementares nas Bacias de Campos (11) e Santos (8). Na comparação com o 4T23, a produção foi menor em 5,4%.

A Cemig aprovou, em assembleia realizada ontem, distribuição de R$ 3,1 bilhões como dividendos obrigatórios de 2023 aos acionistas da companhia, a serem pagos em duas parcelas iguais, sendo a primeira até 30 de junho e a segunda até 30 de dezembro. Do valor total, a companhia ratificou R$ 2,6 bilhões na forma de juros sobre o capital próprio (JCP), já declarados em 2023, e declarou R$ 533,1 milhões na forma de dividendos, o que corresponde a R$0,24226860196 por ação ordinária e preferencial, fazendo jus os acionistas inscritos em 29 de abril. Os acionistas também deliberaram na reunião o aumento do capital social da companhia, de R$ 11 bilhões para R$ 14,3 bilhões, com emissão de 660.411.207 novas ações, sendo 220.754.287 ações ordinárias, nominativas, do valor nominal de R$5,00 cada uma e 439.656.920 ações preferenciais, nominativas, do valor nominal de R$5,00 cada uma, mediante a capitalização de R$ 1,86 bilhão, provenientes da reserva de capital e R$ 1,445 bilhão da reserva de retenção de lucros, por meio de bonificação em ações, distribuindo-se aos acionistas, em consequência, uma bonificação de 30,00000002726%, em ações novas, da mesma espécie das antigas e do valor nominal de R$ 5,00