RADAR DO DIA: Inflação nos EUA; PIB do Reino Unido; Caged no Brasil

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Imagem perspectiva mercados
Indicadores da Bolsa de Valores

São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em instabilidade e as bolsas europeias em alta. Após a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI na sigla em
inglês) de fevereiro, nos Estados Unidos, hoje é a vez de conhecer o Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês). O CPI mostrou aumento de 0,4% no mês e 3,2% em relação ao ano anterior. A leitura ficou em linha com a previsão mensal dos economistas, mas superior aos 3,1% para o valor anual. Em janeiro, o PPI subiu 0,3% e, na comparação anual, o índice cresceu 0,9%.

Para Paul Ashworth, economista-chefe para a América do Norte da Capital Economics, o segundo aumento consecutivo de 0,4% ao mês no núcleo do CPI em fevereiro deixa os dirigentes do Fed um pouco distantes de atingir a “maior confiança” necessária para começar a cortar as taxas de juros. A próxima reunião do Comitê Federal de Política Monetária (Fomc, na sigla em inglês) acontecerá na próxima quarta-feira (20).

A ferramenta CME FedWatch, que monitora a probabilidade de alterações nas taxas do Comitê Federal de Política Monetária, aponta que as apostas no início dos cortes em junho caíram ligeiramente após a divulgação do relatório de inflação dos Estados Unidos. Na segunda-feira (11), a ferramenta mostrava 59,56% de chances de um corte nas taxas de
juros durante a reunião de junho do Fed. Ontem (12), a probabilidade recuou para 57,61%.

Hoje foi divulgado o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido de janeiro, com queda de 0,2% em base mensal. A previsão era de alta de 0,1% no período. Já nos três meses até janeiro de 2024, o PIB caiu 0,1% em comparação com os três meses até outubro de 2023. A produção caiu 0,2% nos três meses até janeiro. Já o setor de serviços apresentou alta de 0,2%. A balança comercial teve déficit de 16,1 bilhões de libras em janeiro em comparação com dezembro.

No Japão, o Produto Interno Bruto subiu 0,1% no quarto trimestre de 2023 em base trimestral, e subiu 0,4% em base anual. Os dados vieram acima das projeções dos analistas, que indicava queda de 0,1% em base trimestral.

Para Marcel Thielant, chefe de economia da Ásia-Pacífico para a Capital Economics, embora o pequeno aumento no PIB do quarto trimestre deva ser seguido por uma nova contração neste trimestre, dificilmente isso impedirá que o Banco do Japão (BoJ) acabe com as taxas de juros negativas no final do mês que vem.

Por aqui, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou ontem (12) que o governo fará mudanças nos conselhos de outras estatais, além da Petrobras, para “oxigenar” esses órgãos. Após a reunião sobre a Petrobras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que o Ministério da Fazenda ocupará uma das seis cadeiras que o governo tem, como principal acionista, no conselho da Petrobras. De acordo com a “Globonews”, o secretário-executivo-adjunto da pasta, Rafael Dubeux, deverá ser indicado nos próximos dias e, se aprovado em definitivo, deve substituir o engenheiro Sérgio Rezende no Conselho de Administração da Petrobras. Ele ocupa, desde abril de 2023, uma das seis cadeiras a que o governo tem direito como acionista majoritário.

Ontem, após a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de fevereiro, que mostrou alta de 0,83%, o Itaú afirmou que a inflação deve fechar 2024 em 3,6%.

“Na abertura do dado de hoje, destacamos surpresas altistas em alimentação no domicílio (leite e algumas frutas) e administrados (energia elétrica). Por outro lado, tanto os serviços
subjacentes quanto os industriais subjacentes vieram ligeiramente abaixo do esperado. Apesar de alguma surpresa baixista, na média móvel de três meses, com dados dessazonalizados e anualizados, os núcleos seguiram subindo (o que já era esperado): serviços subjacentes aceleraram para 5,7% (de 5,3%), enquanto os industriais subjacentes aceleraram para 2,0% (de 1,9%). Na mesma métrica, a média dos núcleos acelerou para 4,0% (de 3,8%)”, conclui o Itaú.

Ontem o boletim Focus, com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil, elevou a expectativa para o IPCA em 2024, passado de 3,76% para 3,77%. Para 2025, a previsão para a inflação ficou estável em 3,51%.

Ainda no Brasil, hoje saem os números do Caged, com dados sobre o mercado de trabalho em janeiro, referente a janeiro. Amanhã (14) será a vez dos dados sobre o varejo em janeiro, e, na sexta-feira (15), o mercado ficará conhecendo o desempenho do setor de serviços no primeiro mês do ano.

Sobre a taxa Selic, a previsão para este ano segue em 9%. Para 2025, a previsão também ficou estável em 8,50%. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão para 2024 subiu de 1,77% para 1,78%. Em 2025, a previsão para o PIB manteve a estabilidade, chegando a 2%.

A temporada de balanços do quarto trimestre continua nesta semana, com dados da Casas Bahia, Eletrobras e Hypera, Cyrela, Eneva, Eztec, Lojas Renner e Yduqs.

No setor corporativo, A Energisa divulgou na noite de ontem o balanço do quarto trimestre de 2023, com lucro líquido consolidado foi de R$ 729,1 milhões, alta de 50,3% na comparação com o mesmo período de 2022. Em 2023, o lucro líquido consolidado foi de R$ 2,5 bilhões, alta de 6,4% em relação a 2022. Já o lucro líquido ajustado recorrente foi de R$ 508,3 milhões, queda de 5,1% em relação ao último trimestre de 2022. Em 2023, o lucro líquido ajustado recorrente foi de totalizou R$ 1,6 bilhão, queda de 2,8% em relação a 2022.

As grandes empresas deverão ficar fora do novo Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). Segundo nova proposta do Ministério da Fazenda, a Perse retirará empresas tributadas pela sistemática de lucro real, com faturamento superior a R$ 78 milhões/ano. Além disso, a ideia é reduzir também o número de CNAEs (Classificação Nacional das Atividades Econômicas) autorizados a ter acesso ao Perse. No acordo, o presidente da Câmara, Arthur Lira, quem escolherá o relator do projeto de lei (PL), mas o Governo trabalha para que José Guimarãaes, líder do governo na Câmara, relate a
matéria.

A Petrobras divulgou na noite de ontem um comunicado em resposta à matéria “Apresentação a analistas em NY teria sinalizado pagamento de dividendos pela
Petrobras”, divulgada no Valor. Segundo a estatal, é inverídico que a companhia prometeu ou sinalizou uma direção para dividendos extraordinários no evento realizado com analistas e investidores nos dias 30 e 31 de janeiro de 2024. Na matéria, o Valor mostrou que a Petrobras informou, na página 99 da apresentação aos investidores em Nova York, que “a remuneração dos acionistas segue o mesmo espectro decisório desde 2021”, ano em que a estatal iniciou pagamento de dividendos extras.

O presidente do Conselho de Administração da Vale, Daniel André Stieler, disse que sua atuação no processo de definição do presidente da companhia está “rigorosamente em conformidade com o Estatuto Social da Vale, o Regimento Interno do órgão e políticas corporativas”, em esclarecimento à carta de renúncia assinada pelo ex-conselheiro José Luciano Duarte Penido divulgada na imprensa. Penido afirmou ao chairman da Vale que o processo de sucessão do presidente-executivo na empresa foi conduzido de maneira manipulada e teve influência política, segundo documento visto pela agência “Reuters” nesta terça-feira.