RADAR DO DIA: Fed e Copom decidem os juros; China mantém juros; inflação no Reino Unido

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Símbolo do Fed em dólar // Crédito: Pexels/Karolina Grabowska

São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. O dia será marcado pelas decisões dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos sobre as taxas de juros. Quem também bateu o martelo sobre os juros foi o Banco do Povo da China (Pboc, o banco central do país), que manteve a taxa principal de juros (LPR, ou loan prime rate) de um ano em 3,45%, e a de cinco anos em 4,20%.

Analistas apontam que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve manter os juros no patamar atual, entre 5,25% e 5,50%, mas ainda não sabem se a manutenção vai durar até o fim do ano. Após o anúncio, o presidente do Fed, Jerome Powell, falará com a imprensa e fará uma análise sobre os fundamentos que balizaram a decisão do Fed.

Hoje pela manhã saíram os índices de preços ao produtor e ao consumidor do Reino Unido, com queda de 2,3% em agosto para o produtor, e alta de 6,7% para o consumidor, ambos na comparação com agosto de 2022. A Alemanha também divulgou o seu índice de preços ao produtor, que subiu 0,3% em agosto ante julho.

Por aqui, o mercado espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) volte a cortar a Selic em 0,50 ponto percentual (p.p.) após o bom resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), especialmente por conta de uma desaceleração relevante de serviços subjacentes. O IPCA de agosto subiu 0,23% na comparação com julho. Analistas esperam mais dois cortes de 0,50 p.p. e um de 0,75 p.p até o fim do ano.

Ontem o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central de julho mostrou uma alta de 0,4% em julho em relação a junho, indo a 150,94 pontos. Nos dados sem ajuste
sazonal, o IBC-Br atingiu 147,53 pontos, ganho de 0,6% na comparação com o mesmo mês de 2022. Para a XP Investimentos, a atividade doméstica irá desacelerar gradativamente ao longo deste semestre. A dissipação do choque agrícola positivo, a moderação do mercado de trabalho e as condições de crédito ainda restritivas apoiam esse prognóstico”, ponderou a corretora.

Na segunda-feira (18), o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil mostrou recuo para o IPCA para este ano, caindo de 4,93% para 4,86%. Para 2024, o índice saiu de 3,89% para 3,69%. Sobre a taxa Selic, a previsão para este ano continua em 11,75%, assim como para 2024, que se manteve em 9%. Para o Produto Interno Bruto, em 2023, a previsão passou de 2,64% para 2,89%. Para 2024, a previsão para o PIB avançou de 1,47% para 1,50%.

Em Brasília, o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 (PLN 4/23), deputado Danilo Forte (União-CE), disse que vai priorizar emendas parlamentares que destinem recursos para projetos em execução, promoção da educação básica de qualidade,
empreendedorismo feminino, inovação tecnológica, uso de energias renováveis e atendimento integral das crianças com deficiência. O relatório preliminar da LDO foi apresentado ontem (19) com os critérios para emendas ao Anexo de Metas e Prioridades da LDO de 2024. Essas emendas serão destinadas a ações prioritárias do Orçamento do ano que vem.

No setor corporativo, A JBS informou que encerrou a oferta de US$ 2,5 bilhões em valor principal agregado de notas seniores, com vencimento em 2034 e remuneração de 6,750% em valor total de US$1,6 bilhão; e com vencimento em 2053 e remuneração de 7,250% no valor total de US$900 milhões. A JBS utilizará os recursos líquidos provenientes da oferta das Notas para pagar dívidas de curto prazo e para fins corporativos em geral.

A Marfrig informou que encerrou-se o prazo para os acionistas ou respectivos cessionários exercerem ou negociarem o seu direito de preferência para subscrição de ações ordinárias emitidas pela companhia no âmbito do aumento de seu capital social. Durante o período de exercício do direito de preferência, foram subscritas 231.777.393 ações, pelo preço de emissão por ação de R$ 7,21, totalizando um valor de R$ 1,671 bilhão.

A CPI da Americanas adiou para a próxima terça-feira (26) a votação do relatório final do deputado Carlos Chiodini (MDB-SC) sobre a fraude contábil de R$ 20 bilhões na empresa varejista. Dois votos em separado foram protocolados nesta terça-feira (19) pelos deputados Alfredinho (PT-SP) e Tarcísio Motta (Psol-RJ) em conjunto com a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS). Eles divergem da posição do relator de não incriminar responsáveis pelas fraudes. Motta e Melchionna responsabilizam os três acionistas de referência do grupo Americanas S/A – Carlos Alberto da Veiga Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Hermann Telles. A lista também inclui os administradores das empresas de auditoria externa PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes LTDA e KPMG do Brasil, além de instituições bancárias como o Santander, Itaú Unibanco e ABC Brasil.

O Conselho de Administração da WEG deliberou declarar juros sobre capital próprio (JCP) no valor total de R$ 250.973.720,93, correspondente a R$ 0,059823529 por ação, aos titulares de ações escriturais em 22 de setembro. O pagamento de JCP ocorrerá em 13 de março de 2024 e será feito pelo valor líquido de R$ 0,050850000 por ação, já deduzido o imposto de renda na fonte de 15%.

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou nesta terça-feira (19) o projeto de lei que incentiva o contribuinte a quitar voluntariamente débitos com a Receita Federal por meio de redução de juros e de parcelamento da dívida. A proposição (PL 4.287/2023), do senador Otto Alencar (PSD-BA), recebeu relatório favorável do senador Angelo Coronel (PSD-BA) e segue para a Câmara dos Deputados, se não houver recurso para votação no Plenário do Senado.

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem que o Brasil está pronto para descarbonizar o planeta e disse que é possível uma plataforma sustentável para se produzir uma série de bens com certificação verde. “Somos um país pronto para ajudar a descarbonizar o planeta. 90% da energia elétrica do Brasil é limpa, três vezes acima da média da OCDE, disse o ministro. “Nós nos vemos também como uma plataforma de produtos netzero. Podemos produzir uma série de bens com certificação verde. Isso dará uma série de empregos dignos para nossa população”.

O Ministério Público de Minas Gerais obteve na última sexta-feira, 15 de setembro, decisão liminar da Justiça determinando o bloqueio superior a R$ 346 milhões da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), sediada em Ipatinga, no Vale do Aço. A decisão atende ao pedido do MPMG que propôs uma Ação Civil Pública (ACP) contra a empresa, em julho deste ano, requerendo reparação por dano moral coletivo em razão da emissão de poluentes em desacordo com os padrões especificados pela legislação ambiental em vigor, causando poluição atmosférica. As informações foram divulgadas hoje pelo MPMG.

A Petrobras divulgou ontem o lançamento da nova Gasolina Petrobras Podium carbono neutro, a primeira do mercado brasileiro a ter suas emissões de gases de efeito estufa (GEEs) totalmente compensadas. Como parte da estratégia de fortalecer seu posicionamento na transição energética, a companhia irá compensar as emissões GEEs da Gasolina Podium em todo o ciclo de vida do produto, por meio de créditos de carbono gerados por ações de preservação ou de recuperação florestal de biomas nacionais

A Embraer disse que sua controlada, Tempest Serviços de Informática, assinou contrato para alienação da AllowMe Tecnologias, unidade de negócios da Tempest dedicada a software antifraude, para a Serasa Experian. As partes acordaram o preço de venda de,
aproximadamente, US$ 45 milhões, a ser pago à vista, na data do fechamento da transação, sujeito a ajuste posterior nos termos do contrato.

A Telefônica Brasil, dona da Vivo, informou que Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) disponibilizou para acesso público o acórdão por meio do qual concedeu, mediante imposição de condicionantes, anuência prévia para que a companhia efetue uma ou mais reduções de seu capital social atual (R$ 63,571 bilhões) em um valor máximo total de até R$ 5 bilhões. As reduções poderão ocorrer durante 180 dias, período de de validade da autorização, contados a partir da publicação do acórdão no Diário Oficial da União, prorrogável por igual período, a pedido da companhia.