RADAR DO DIA: EUA apostam em juros menores; IPCA-15 sobe 0,53%, PEC deve valer por 2 anos

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Mercado Gráfico Percentual
Foto: Svilen Milev / freeimages.com

São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. O feriado de Ação de Graças, hoje, nos Estados Unidos, vai frear a onda de otimismo do mercado após a divulgação da ata do Comitê de Mercado Aberto do Banco Central americano (Fomc, na sigla em inglês), ontem.

Segundo o documento, a maioria dos membros do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) acredita que seria apropriado reduzir o ritmo dos aumentos das taxas básicas de juros depois da reunião feita no início de novembro. Na época, o grupo decidiu por um aumento de 0,75 ponto percentual nas taxas, levando-as para a faixa entre 3,75% e 4%. De acordo com a ata da reunião, eles estão inclinados a começar a fazer aumentos de 0,5 pp a partir de agora.

A ata afirmou ainda que os membros do comitê rebaixaram suas perspectivas para a economia devido ao aperto nas condições financeiras que ocorreu antes da reunião do Fed. Alguns acreditam que uma recessão no próximo ano é “quase tão provável” quanto sua projeção básica de crescimento fraco. A inflação para o consumidor nos EUA atingiu alta de 7,7% no acumulado em 12 meses. Este foi o menor aumento de 12 meses desde o período encerrado em janeiro de 2022.

Por aqui, hoje pela manhã saiu a prévia do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA-15), que teve alta de 0,53% em novembro. No acumulado de 12 meses, o índice subiu 6,17%. Em
2022, a alta é de 5,35%.

Em Brasília, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição continua empacada no Senado. Já é dado como certo que a emenda só tem chance de ser aprovada se tiver um prazo máximo de dois anos. A proposta que tira o Bolsa Família do teto de gastos foi apresentada originalmente sem prazo definido. O PT quer tornar o estouro permanente, ou seja, por todo o período do novo governo Lula. Por falta de consenso, a votação do texto no Senado deve ficar para a próxima semana.

No início da semana, os senadores tucanos Tasso Jereissati (CE) e Alessandro Vieira (SE) apresentaram alternativas com menor impacto fiscal sobre o Orçamento de 2023. Jereissati
propôs aumentar, de forma permanente, o teto de gastos em R$ 80 milhões, e Vieira sugeriu deixar R$ 70 milhões fora da regra, para assegurar o pagamento do benefício do Bolsa Família de R$ 600, mais R$ 150 por criança de até 6 anos de idade.

No setor corporativo, a Fleury disse que encerrou o período para exercício do direito de preferência para subscrição privada de ações ordinárias, todas nominativas, escriturais e sem valor nominal a serem emitidas pela companhia no âmbito do aumento do capital social, dentro do limite do capital autorizado, aprovado em reunião do conselho de administração.

O conselho de administração da Lojas Renner aprovou o aumento de capital social da companhia de R$ 20,9 milhões, passando de R$ 9.001.388.229,33 para R$ 9.022.276.536,63, divididos em 991.226.993 ações ordinárias, em razão dos exercícios de opções de compra de ações pelos participantes de outorgas contratuais oriundas de plano de opção de compra de ações.

A Qualicorp Consultoria e Corretora de Seguros informa que efetuará em 12 de dezembro de 2022 o pagamento dos dividendos aprovados na Assembleia Geral Ordinária realizada em 29 de abril de 2022, no montante de R$ 70.947.159,38. Farão jus aos dividendos os detentores de ações de emissão da companhia em 5 de maio de 2022.

O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e um dos membros do grupo técnico da equipe de transição do governo da área de Minas e Energia, Deyvid Bacelar, defende a suspensão de todo o atual processo de privatização de unidades da Petrobras.

Os bancos latino-americanos que emitem dívida nos mercados internacionais serão desafiados em 2023 em meio à desaceleração do crescimento econômico em toda a região, marcado pela queda no crescimento de empréstimos e receitas e deterioração da qualidade dos ativos, diz a Fitch Ratings em um novo relatório semestral acompanhando 22 bancos na região. No entanto, os ratings bancários são sustentados por fortes ganhos e geração interna de capital, bem como capital suficiente em comparação com os níveis históricos para resistir a uma desaceleração econômica.

A agência de classificação de risco Moody’s espera que a dívida corporativa permanecerá baixa apesar da inflação e das tensões políticas na América Latina, após observar uma redução dos empréstimos das empresas da região após geração de caixa abundante durante a recuperação pós-pandemia, período em que acessaram taxas de juros historicamente baixas.