RADAR DO DIA: Bancos na berlinda; nova regra fiscal; ata do Copom

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em instabilidade e as bolsas europeias em alta. A confirmação da compra do Silicon Valley (SVB) pelo First Citizens Bank é mais um capítulo da novela que se tornou a sistema financeiro no mundo. Apesar da notícia ser boa, os investidores ainda estão desconfiados que a quebra de bancos nos Estados Unidos e na Europa possa ser apenas a ponta do iceberg.

Mesmo com a calmaria que veio após duas semanas “explosivas”, a economia mundial ainda parece estar com o breque de mão puxado, com as principais potências mundiais ainda brigando com a inflação alta e medicando elevação de juros para tentar extirpá-la. Mas o fim desta novela parece ainda longe de acabar, diante do aperto no crédito e a guerra “sem fim” entre Rússia e Ucrânia.

Por aqui, após o cancelamento da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, a expectativa continua para o anúncio da nova regra fiscal ainda nesta semana. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o projeto de lei já está nas mãos do presidente, que agora tem a prerrogativa de enviar a proposta ao Congresso.

Ontem, a ministra do Planejamento, Simone Tibet, disse que o arcabouço fiscal é “simples e fácil de ser entendido”, além de “fiscalmente responsável e socialmente comprometido. A ministra enfatizou que mexer na meta de inflação é um “não-assunto”, e que isso nunca foi considerado. Por outro lado, Tebet disse que o Comitê de Política Monetária (Copom) mandou um recado equivocado para a equipe econômica.

Na semana passada, o Banco Central do Brasil manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano e disse que o risco fiscal é um importante fator para a manutenção dos juros e não descartava uma nova alta caso seja necessária.

Na manhã de hoje foi divulgada a ata da última reunião do Copom, que deixou claro o que precisa ser feito para que os juros recuem. Iremos perseverar até que se consolide o processo de desinflação e ancoragem das metas, destacou o Copom. O comitê disse ainda que sua decisão de manter os juros no mesmo patamar é compatível com a estratégia de convergência da inflação, e que não hesitará em retomar ciclo de ajuste caso seja necessário.

O Copom enfatizou que não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a apresentação do arcabouço fiscal, uma vez que a primeira segue condicional à reação das expectativas de inflação, às projeções da dívida pública e aos preços de ativos.

No setor corporativo, a Rede Dor divulgou ontem o balanço do quarto trimestre de 2022, com lucro líquido de R$ 282,5 milhões, queda de 32,7% na comparação com o mesmo período de 2021. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) fechou em R$ 1,21 bilhão, queda de 3,6% em relação ao último trimestre de 2021. A receita líquida foi de R$ 5,75 bilhões, alta de 12% em comparação ao quarto trimestre de 2021.

A Bradespar divulgou ontem o balanço do quarto trimestre de 2022, com lucro líquido de R$ 749,04 milhões, recuou de 74,7% na comparação com o mesmo período de 2021. A receita operacional foi de R$ 670,7 milhões, queda de 77% em relação ao último trimestre de 2021. E o resultado financeiro chegou a R$ 24,1 milhões, recuou de 50,1% na comparação com o quarto trimestre de 2021.

O conselho de administração da Bradespar aprovou o pagamento de R$ 470 milhões em dividendos complementares, sendo R$ 1,122770724 por ação ordinária e R$ 1,235047796 por ação preferencial. O pagamento será realizado aos investidores com posição acionária em 27 de abril de 2023, e o pagamento deve ocorrer em 15 de maio de 2023.

A Multiplan informou que seu conselho de administração aprovou a distribuição de juros sobre o capital próprio no valor bruto de R$ 75 milhões, correspondente a R$ 0,12814336091 por ação. Terão direito ao recebimento os acionistas inscritos no dia 30 de março de 2023. O pagamento será realizado até 31 de março de 2024.

O conselho de administração do banco Santander aprovou a exoneração do diretor sem designação específica Ramón Sanchez Díez, espanhol, casado, economista, Sanchez Díez permanecerá em seu cargo até a data de 31 de março de 2023

O conselho de administração da Gasmig, controlada da Cemig, deliberou por unanimidade o cumprimento à decisão judicial e suspensão de Henrique Pereira Dourado do cargo de Diretor Comercial da companhia.

Termina na sexta-feira, 31 de março, o Mutirão Nacional de Negociação de Dívidas e Orientação Financeira, uma ação conjunta da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), Banco Central do Brasil, Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e Procons.