RADAR DO DIA: À espera dos juros nos EUA e no Brasil

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Foto: Svilen Milev / freeimages.com

São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em instabilidade. Após o feriado do Dia do Trabalho, a semana mais curta será marcada pela Super Quarta, com as decisões do Comitê de Mercado Aberto do Banco Central americano (Fomc, na sigla em inglês) e do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil (BC) sobre a nova taxa de juro, amanhã (3).

Nos Estados Unidos, o mercado espera que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) continue sua política de aumento de juro e promova mais uma alta de uma de 0,25 ponto percentual.

Na semana passada, o Indice de Preços de Gastos de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês), referente ao mês de março, trouxe uma alta de 0,3% e os gastos menos de 0,1%. O núcleo do PCE cresceu 4,2% em base anual. O núcleo exclui variações de preços de alimentos e energia. Hoje sairão os números do relatório de emprego e vagas (Jolts, na sigla em inglês), outro importante índice avaliado pelo Fed para balizar sua decisão sobre o juro.

Por aqui, apesar das reclamações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a elevada taxa de juro, o Copom não deve mudar sua estratégia para tentar conter a inflação no país, e deverá manter a taxa Selic em 13,75%.

Na semana passada, durante participação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que a inflação no Brasil está abaixo da média dos países emergentes e desenvolvidos, mas alguns núcleos inflacionários ainda estão altos, mesmo com a desaceleração anotada pelo Indice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15). Segundo ele, a contração do crédito no Brasil é menor do que no resto do mundo e alertou que a previsão de inflação pelo mercado piora há 15 semanas.

O IPCA-15 referente ao mês de abril avançou 0,57% em comparação a março, que atingiu 0,69%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a alta foi de 4,16%. Para o Itaú BBA, o IPCA deve fechar o ano em 6,1% e, em 2024, em 4,5%. Segundo o boletim Focus divulgado nesta manhã, o IPCA de 2023 deve fechar em 6,05%. Para 2024, as instituições financeiras ouvidas pelo BC mantiveram a previsão de 4,18% para a inflação medida pelo IPCA.

No setor corporativo, a Sabesp informou que pagará R$ 872,1 milhões de juros sobre capital próprio para os acionistas que tiverem ações da companhia no dia 28 de abril de 2023. O valor correspondente a R$ 1,2760 por ação ordinária, e serão pagos no dia 26 de junho de 2023.

O Grupo Soma informou que distribuirá R$ 79,6 milhões em dividendos, correspondente ao valor R$ 0,101442995 por ação. Os valores serão pagãos aos investidores posicionados em base acionária ao fim da sessão da última sexta-feira, 28 de abril.

A Aliansce Sonae informou que pagará R$ 293 milhões em dividendos aos acionistas. O montante total corresponde a R$0,51 por ação. O pagamento ocorrerá em duas tranches de R$ 146,4 milhões, ou seja, R$0,26 cada ação, nos dias 24 de maio e 26 de julho.

A Copel informou que foi aprovado em assembleia o pagamento, no próximo dia 30 de junho, de dividendos, sob a forma de Juros sobre o Capital Próprio (JCP), no valor de R$ 370 milhões. Além disso, a companhia também pagará dividendo complementar para atingimento do dividendo mínimo aos titulares de ações preferenciais de classe A no valor de R$ 257,8 milhões.