Procura de gás na Europa vai sofrer queda recorde de 10%, aponta AIE

841
Tubulação de gás natural / Créditos: Pexels/Magda Ehlers

São Paulo – A procura de gás na Europa vai sofrer uma queda recorde de 10% este ano devido à escalada dos preços, abrandamento das exportações russas e políticas de contração no consumo, informou nesta segunda-feira a Agência Internacional de Energia (AIE).

Em seu relatório trimestral sobre o mercado do gás, a AIE aponta para um elevado grau de incerteza e revê em baixa as suas próprias previsões. A agência estima que em 2023 a procura na Europa cairá mais 4%.

“A contínua redução dos fluxos de gás da Rússia para a Europa elevou os preços internacionais a novos máximos dolorosos, interrompeu os fluxos comerciais e causou grave escassez de combustível em algumas economias emergentes e em desenvolvimento”, diz a AIE.

Espera-se que o mercado permaneça apertado “até” 2023, com o consumo global provavelmente crescendo 0,4%.

“Mas as perspectivas estão sujeitas a um alto nível de incerteza, principalmente em relação às futuras ações russas e aos impactos econômicos dos altos preços da energia”, afirma o relatório.

A AIE disse que a Rússia “cortou em grande parte” o fornecimento de gás para a Europa em retaliação às sanções impostas ao país de Vladmir Putin após a invasão da Ucrânia.

A redução esperada para este ano na Europa significa um corte de 54 bilhões de metros cúbicos e levará a uma queda de 0,8% na escala global, uma vez os preços elevados estão produzindo efeitos em todo o mundo.

A queda na procura este ano não será apenas um fenômeno europeu. A AIE prevê uma queda de cerca de 4% na América Latina – que pode ser explicada pelo fato de a produção hidroelétrica ser muito superior à de 2021, mas também por uma diminuição na procura industrial devido à disparada dos preços.

O relatório aponta que, na Ásia, o mercado permanecerá estagnado em 2022, o que representa um abrandamento mais do que abrupto após o aumento de 7% do ano passado.