Processo desinflacionário começou, mas ainda há um longo caminho a percorrer, diz Powell

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O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell / Foto: Fed

São Paulo – O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, disse nesta terça-feira que a inflação dos Estados Unidos está começando a diminuir, embora ele espere que seja um processo longo, e alertou que as taxas de juros podem subir mais do que os mercados esperam.

“O processo desinflacionário, o processo de baixar a inflação, começou e começou no setor de bens, que representa cerca de um quarto da nossa economia”, disse Powell durante um evento do Clube Econômico de Washington. “Mas há um longo caminho a percorrer. Esses são os estágios iniciais”, observou.

As declarações de Powell ocorrem após o último relatório de emprego (payroll) dos Estados Unidos mostrar um crescimento muito mais elevado do setor em janeiro do que os economistas previam.

“Isso meio que mostra por que achamos que este será um processo que leva um período significativo de tempo”, pontuou.

Em sua reunião mais recente, encerrada na semana passada, o Fed elevou sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual (pp), o oitavo aumento desde março de 2022, para uma faixa de 4,5% a 4,75%.

O processo de colocar a inflação novamente na meta de 2% “vai demorar algum tempo. Não vai ser suave, pensamos. Provavelmente vai ser atribulado”, disse o dirigente. “Por isso pensamos que temos de fazer mais aumentos [de taxas] e achamos que teremos de manter a política num nível restritivo durante algum tempo”, completou.

Nos comentários de hoje, Powell não deu nenhuma indicação de quando os aumentos vão parar e disse que provavelmente levará até 2024 antes que a inflação chegue a um ponto em que o banco central se sinta confortável.

“Esperamos que 2023 seja um ano de quedas significativas na inflação. Na verdade, é nosso trabalho garantir que esse seja o caso”, disse ele. “Meu palpite é que certamente levará não apenas este ano, mas o próximo ano para cair perto de 2%”, concluiu.