Previsão de inflação para 2022 recua a 5,8%; para 2023 vai a 4,6%, aponta BC

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Edifício-sede do Banco Central em Brasília. (Foto: Divulgação/BC)

O Banco Central (BC) reduziu a previsão para a inflação em 2022 em 3 pontos porcentuais (pp), para 5,8%, segundo dados divulgados na edição de setembro do Relatório Trimestral de Inflação (RTI). A previsão está 2,3 pp acima do centro da meta prevista para este ano.

 

A previsão para a inflação no ano que vem aumentou em 0,6 pp, para 4,6%, ficando 1,35 pp acima do centro da meta, enquanto a projeção de inflação para 2024 passou de 2,7% em junho para 2,8%, ficando 0,2 ponto abaixo do centro da meta estipulada.

 

Segundo o relatório, os Principais fatores de revisão para cima na inflação são a hipótese de retorno da tributação federal sobre combustíveis no início de 2023; a depreciação cambial; o crescimento das expectativas de inflação da pesquisa Focus para 2023 e 2024; e os indicadores de atividade econômica mais fortes do que o esperado.

 

O relatório destaca como principais fatores de revisão para baixo a redução da tributação sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações; a queda no preço de commodities, especialmente petróleo; a trajetória mais elevada da taxa Selic da pesquisa Focus; o comportamento da incerteza econômica, medida pelo IIE‑Br, em valores superiores aos considerados nas projeções; e a perspectiva de desaceleração econômica global.

 

O BC aponta como fator cujo efeito depende do ano‑calendário a hipótese de bandeira verde para dezembro de 2022, reduzindo a projeção para esse ano, e bandeira amarela para dezembro de 2023, aumentando a projeção para 2023.

 

Previsão de alta do PIB 2022 sobe de 1,7% para 2,7%

 

O BC elevou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, de 1,7% para 2,7% na edição de setembro do Relatório Trimestral de Inflação (RTI). Para 2023, o BC manteve a previsão de crescimento de 1%.

 

Segundo o relatório, o ambiente externo mantém‑se adverso e volátil, com contínuas revisões negativas para o crescimento das principais economias, em especial para a China.

 

“Os dados recentemente divulgados reforçam a visão de que o mercado de trabalho americano, assim como de outras economias avançadas, segue aquecido. No entanto, a reversão de políticas contracíclicas nas principais economias, a continuidade da Guerra na Ucrânia, com suas consequências sobre o fornecimento de gás natural para a Europa, e a manutenção da política de combate à Covid‑19 na China reforçam uma perspectiva de desaceleração do crescimento global nos próximos trimestres”, aponta o relatório do BC.

 

Conforme o documento, o ambiente inflacionário segue desafiador. “Observa‑se uma normalização incipiente nas cadeias de suprimento e uma acomodação nos preços das principais commodities no período recente, o
que deve levar a uma moderação nas pressões inflacionárias globais ligadas a bens. Por outro lado, o baixo grau de ociosidade do mercado de trabalho em economias avançadas sugere que pressões inflacionárias no setor de serviços podem demorar a se dissipar”.

 

Em relação à atividade econômica brasileira, dados divulgados desde o último Relatório de Inflação mostraram crescimento no segundo trimestre mais expressivo do que se projetava. A evolução dos indicadores mensais e o efeito esperado dos estímulos fiscais recentemente aprovados também sugerem que o terceiro trimestre deve ser mais positivo do que esperado anteriormente.

 

Dylan Della Pasqua / Agência CMA

 

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