Prévia da Petrobras mostra números sólidos, mas incertezas políticas preocupam

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A Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar). (Foto: André Valentim/Agência Petrobras)

São Paulo, 25 de outubro de 2022 – A Petrobras divulgou seus números operacionais do 3T22 que, conforme já divulgado pela ANP, mostraram produção de petróleo e gás estável no trimestre.

Segundo o Itaú BBA, o bom desempenho em novos ativos foi suficiente para compensar a menor produção causada pela redução da participação da Petrobras em Atapu e Sépia e o descomissionamento e desmobilização do FPSO Capixaba.

A produção nacional de óleo e gás de 2,64 MMbpd, foi considerada em linha com o 2T22 e, os impactos negativos da menor participação em Atapu e Sepia e do descomissionamento e desmobilização do FPSO Capixaba, foram compensados pelo contínuo ramp-up do FPSO Guanabara e pela alta produção do FPSO P-68.

“O FPSO Guanabara atingiu uma produção média de 65 kbpd no 3T22, devido à conexão de dois novos poços produtores e dois novos poços injetores de gás. A P-68 atingiu a plena capacidade em 21 de junho, entregando sua maior produção média trimestral (148 kbpd), e em 8 de outubro a plataforma atingiu uma produção diária de 161 kbpd, acima de sua capacidade nominal.” A classificação de o Itaú BBA é de Desempenho de Mercado e o preço-alvo R$ 38.

Os analistas do BTG Pactual disseram que os dados de vendas e produção não surpreenderam – já já tinham sido apresentados pela ANP – portanto não esperam uma grande reação do mercado. A boa notícia é que grandes projetos como P-68 e FPSO A Guanabara está crescendo rapidamente, com a primeira operando acima da capacidade nominal. “A produção do pré-sal permanece acima de 70% do total, confirmando uma alta qualidade/baixo custo mix de produção. Como esperado, as vendas totais de R&M caíram 7% q/q para 2,9 kboe/d em volumes de exportação, que mais do que compensaram o mercado interno aquecido (i.e., sazonalidade, elasticidade de preço), analisa o BTG pactual, que também destaca importação combinadas de gasolina/diesel, que quase dobrou frente ao último trimestre, devido à estratégia comercial da Petrobras no 3º trimestre (preço premium)”

O Bank of America manteve classificação neutra para Petrobras e preço-alvo de R$16, mediante possíveis incertezas relacionadas à alocação de capital após as eleições presidenciais do Brasil. “Embora a Petrobras tenha muitos aspectos positivos, incluindo um forte FCF e rendimento de dividendos, as incertezas potenciais relacionadas à alocação de capital da empresa após o segundo turno das eleições presidenciais do Brasil no próximo domingo podem limitar o potencial de alta”, ponderam os analistas do BofA.

A taxa de utilização da refinaria foi de 88%, queda de 3 p.p. em base anual, mas o BofA estima tendências e geração térmica mais fraca – ja caiu 88% em base anual – em menor despacho de usinas térmicas devido à melhor hidrologia no Brasil. Isso também afetou as vendas de gás natural e GNA

A Ativa Investimentos, por sua vez, tem visão bem mais otimista para a Petrobras. Considerou o resultado sólido de vendas e produção e espera bons resultados para o 3T22. “No refino, o aumento de volumes de vendas, maiores crack spreads em diesel e a alta taxa de utilização do parque devem ser grande parte dos números do segmento, diminuindo o peso da execução de uma política de paridade de importação espaçada durante o trimestre”, dizem os analistas, que recomendam que os investidores devem ficar atentos se a companhia anunciará nova distribuição de proventos e novas informações a respeito do seu programa de desinvestimentos.

Por volta das 12h55 (horário de Brasília), PETR3 caía 1,14% a R$ 37,02 e PETR4 1,19 % A R$33,85.