Prévia da inflação acelera e sobe 0,83%, maior alta para junho em 3 anos

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São Paulo – O Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) subiu 0,83% em junho na comparação com maio, acelerando-se em relação à alta apurada no período anterior (+0,44%), segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa foi a maior para o mês desde 2018 (+1,11%). O resultado ficou ligeiramente abaixo da mediana das expectativas do mercado financeiro, de +0,86%, conforme o Termômetro CMA.

Com isso, o IPCA-15 acumula altas de 4,13% no ano e de 8,13% nos últimos 12 meses, até este mês. O resultado no período de 12 meses também levemente abaixo da mediana das estimativas, de +8,17%, ainda segundo o Termômetro CMA, na maior taxa para o período em cinco anos (+8,98% até junho de 2016), mantendo-se acima do centro da meta perseguido pelo Banco Central para este ano, de 3,75%, pelo sexto mês consecutivo.

Segundo o IBGE, todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta em junho, sendo que o maior impacto (+0,28 ponto percentual) veio do grupo Transportes, que teve a terceira maior variação (+1,35%) no mês acelerando-se em relação à queda de 0,23% observada em maio.

O resultado foi influenciado pela alta nos preços dos combustíveis (+3,69%), com os ganhos de 2,86% na gasolina – que acumula variação de +45,86% nos últimos 12 meses -, de +3,53% do óleo diesel, de +9,12% do etanol e de +12,41% do gás veicular. As passagens aéreas caíram 5,63%, após forte recuo de 28,85% no mês passado.

O grupo Habitação teve a maior variação no IPCA-15 de junho (+1,67%), acelerando-se em relação a alta de 0,79% no mês anterior, e o segundo maior impacto (+0,26 pp) puxado novamente pela alta da energia elétrica (+3,85%), que registrou o maior impacto individual do grupo (+0,17 pp).

Neste mês, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 2, com acréscimo de R$ 6,243 a cada 100 kWh consumidos. Ainda no grupo, o reajuste dos preços de taxa de água e esgoto (+2,45%) em São Paulo e em Curitiba, além da alta de 5,20% do gás encanado nas duas capitais e no Rio de Janeiro contribuíram para a elevação do índice.

O grupo Alimentação e bebidas, por sua vez, subiu 0,41% no mês e teve impacto de 0,09 pp no IPCA-15 de junho, influenciado pela alta da alimentação fora do domicílio, que acelerou para 1,08% este mês. As carnes, porém, subiram 1,14%, enquanto o leite longa vida (+2,57%) e alguns derivados do queijo (+1,99%) ajudaram a manter o subitem alimentação no domicílio em alta (+0,15%).

Quanto aos índices regionais, o IPCA-15 subiu em todas as 11 regiões pesquisadas neste mês, em que o menor resultado foi registrado em Belém (+0,29%), com a redução nos preços das frutas (-5,59%) e das passagens aéreas (-5,68%). O maior índice foi observado em Porto Alegre (+1,18%), puxado pela alta de 5,65% no preço da gasolina. Em São Paulo, o IPCA-15 passou de +0,40% em maio para +0,81% este mês.

O IPCA-15 é calculado com base em famílias com rendimentos de 1 a 40 salários e que vivem nas principais regiões metropolitanas do país, além de Brasília e Goiânia. Para o cálculo do indicador, os preços foram coletados no período de 14 de maio a 14 de junho.