Presidente do Fed da Filadélfia sinaliza redução gradual da compra de ativos

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O presidente da unidade do Federal Reserve, Patrick Harker (Fed, o banco central norte-americano) da Filadélfia, Patrick Harker / Foto: Fed Filadélfia

São Paulo – O presidente da unidade do Federal Reserve (Fed) da Filadélfia, Patrick Harker, reforçou os recentes sinais de que o banco central norte-americano pode estar se preparando para iniciar as discussões sobre a redução gradual da compra de ativos, hoje em US$ 120 bilhões ao mês.

Em um discurso para evento virtual, Harker – que este ano não tem direito a voto – disse que está se preparando para pensar em reduzir o estímulo, enquanto a economia continua a se recuperar dos efeitos da pandemia do novo coronavírus.

“Estamos planejando manter a taxa de juros baixa por muito tempo, mas pode ser hora de pelo menos pensar em reduzir nossos US$ 120 bilhões mensais em títulos do Tesouro e compras de títulos lastreados em hipotecas”, afirmou ele, acrescentando que o movimento não será repetindo.

Harker junta-se ao presidente do Fed de Dallas, Robert Kaplan, que há meses defende o início da discussão do momento ideal para o início da retirada da acomodação monetária via compra de ativos. Suas declarações também acontecem depois que ontem, a diretora do Fed, Lael Brainard, disse que o banco central norte-americano deve estar preparado para ajustar sua política.

“Removeremos a acomodação com cuidado e metodicamente, à medida que a economia continua a se fortalecer”, afirmou Harker.

O chefe do Fed da Filadélfia se mostrou otimista com as perspectivas econômicas e reforçou a tendência de aumento de preços do momento. “Com a economia em recuperação e tanto apoio fiscal e acomodação monetária, existe algum risco de aceleração maior da inflação”, disse ele.

Ao mesmo tempo, Harker acredita que levará algum tempo para que o mercado de trabalho se recupere. “Espero que a criação de empregos se recupere nos próximos meses”, acrescentou.

O Fed da Filadélfia espera um crescimento de 7% para a economia norte-americana neste ano e uma taxa de inflação de  3% – acima da meta de 2% do banco central.