Presidente do BCE expressa preocupações com Oriente Médio após manter taxas inalteradas

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A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde / Foto: BCE

São Paulo – A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, expressou preocupações nesta quinta-feira sobre a possível escalada das tensões no Oriente Médio, alertando para os impactos potenciais nos mercados globais e na inflação.

Durante uma coletiva de imprensa após a decisão de política monetária do BCE, Lagarde destacou que um aumento no conflito na região representaria um risco adicional para a estabilidade dos preços, especialmente devido ao potencial impacto nos preços do petróleo.

A dirigente enfatizou a importância de monitorar de perto a situação geopolítica, pois o aumento dos preços do petróleo poderia ter implicações diretas na inflação. “O aumento do conflito seria um risco adicional para a inflação”, afirmou Lagarde.

Apesar dessas preocupações, o BCE optou por manter suas principais taxas de juros inalteradas. A taxa de referência permaneceu em 4%, a taxa de refinanciamento foi mantida em 4,5% ao ano, e a taxa de empréstimos em 4,75%.

Lagarde também abordou a questão da inflação, destacando a possibilidade de uma queda mais rápida se os preços de energia continuarem sua tendência descendente recente. A presidente observou que quase todas as medidas de inflação subjacente estão em declínio e, a menos que ocorra um novo choque, é esperado que continuem a diminuir.

Quanto ao mercado de trabalho na zona do euro, Lagarde mencionou que, embora esteja aquecido, há sinais de redução na oferta de novas vagas. Além disso, as pressões dos reajustes salariais estão desacelerando, indicando uma possível moderação nas condições do mercado.

No que diz respeito à economia da zona do euro, a presidente do BCE previu uma estagnação no quarto trimestre, mas expressou otimismo ao afirmar que espera um retorno ao crescimento ao longo do ano. Ela ressaltou, no entanto, que as condições financeiras permanecem restritivas, com uma diminuição nos empréstimos para empresas e um crescimento modesto nos empréstimos pessoais.