Presidente da Petrobras diz que empresa vai continuar a praticar preços de mercado

358
Foto: Divulgação/Petrobras

São Paulo – O presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, disse que a companhia vai manter sua política de gestão e praticar preços de mercado, na teleconferência de resultados da companhia realizada na manhã desta sexta-feira.

O executivo foi indicado pelo governo federal para substituir o general Silva e Luna após a companhia anunciar o aumento dos combustíveis em março, e a companhia voltou a ser criticada pelo presidente Jair Bolsonaro após a divulgação de lucro recorde de R$ 44,5 bilhões na noite ontem.

“A Petrobras pratica preços de mercado. Eventualmente esse preço vai subir para que se aumente a oferta e para conter o aumento da demanda, e eventualmente vai cair, equilibrando a oferta e a demanda. Aqui na Petrobras defendemos o preço de mercado por que a legislação exige e isso garante o equilíbrio da oferta e demanda e o abastecimento do Brasil”, reforçou Rafael Chaves, diretor de relacionamento institucional, no encerramento da teleconferência, em que acrescentou que a companhia também realiza ações para apoiar a população de baixa renda.

Rodrigo Araújo, diretor financeiro, a manutenção da alavancagem em 0,83 vez contribuiu para a decisão de antecipar a distribuição de dividendos da companhia, anunciada ontem à noite.

O executivo acrescentou que não há novidades em relação à venda de participação na Braskem e que o processo deverá ser realizado em algum momento quando houver condições mais favoráveis.

Em relação à venda de ativos como a Reman e a Six, espera que os processos de desinvestimento aconteçam ainda este ano. “Estamos em um ano de bastante volatilidade e esperamos alinha com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para avançar com os processos de venda de nossos ativos”, disse Araújo.

Em julho desse ano deve ocorrer o fechamento da operação da participação em Búzios, já aprovada pelo Cade, disse Fernando Borges, diretor de exploração e produção.

ESTOQUES

Em relação ao acompanhamentos dos estoques e lidar com o cenário de incertezas em relação ao abastecimentos, a companhia trabalha com trades internacionais que monitoram fluxos de derivados, estoques e demandas regionais para antecipar decisões e alinhar ações comerciais com uso dos ativos da companhia, disse Cláudio Mastella, diretor de comercialização e logística da Petrobras.

O lifting cost está no mesmo patamar do trimestre anterior, com aumento devido à apreciação do real frente ao dólar e não tem relação com o aumento da inflação. “À medida que renovamos os contratos, poderemos sentir impactos da inflação no futuro”, comentou Fernando Assumpção Borges, diretor de Exploração e Produção.

De acordo com João Henrique Rittershaussen, diretor de Desenvolvimento da Produção, a Petrobras tem 12 contratos de FPSO firmados e trabalha com impactos de contratação nas novas licitações alterando os prazos de contratos e mitigação de riscos. “Há volatilidades pontuais que não queremos que sejam repassados. Não enxergamos impactos da mudança, que pode ser revertida, em nosso planejamento”.

Em relação à utilização da capacidade de refino da empresa estar abaixo das médias históricas, o diretor de Refino e Gás Natural, Rodrigo Costa Lima e Silva, disse que considera os intervalos de companhas de segurança, em que observa os limites estabelecidos nos cronogramas de paradas. Além disso, no 1T22, disse que houve impactos ambientais, paradas de clientes, elenco de petróleo disponível, com diferentes perfis de óleo, e economicidade de output. “Considerando todos esses elementos, operamos na capacidade máxima disponível, que está em linha com a do 4T21, que ontem, fechou em 93%”, disse o executivo.

Segundo Cláudio Mastella, a companhia também considera a rentabilidade e que o parque de refino nacional não consegue atender todo o mercado brasileiro.

Ao longo do segundo trimestre, o executivo disse que a companhia vai ajustar os custos relacionados à operação de térmicas e exposição ao GNL.