Prejuízo líquido da Eneva cresce 24,6% no 4° trimestre de 2023

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São Paulo, SP – A Eneva divulgou ontem (14) o balanço do quarto trimestre de 2023 (4T23), com prejuízo líquido de R$ 239,8 milhões, 24,6% acima do prejuízo líquido de R$
192,5 milhões registrado no mesmo período de 2022.Considerando as participações minoritárias, o resultado líquido da Eneva ficou negativo em R$ 290,6 milhões, superior a R$ 193,9 milhões no mesmo trimestre de 2022. Em 2023, considerando as participações minoritárias, o resultado líquido foi de R$ 217,7 milhões, queda de 42,1% em relação a 2022.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês)
ajustado foi de R$ 1,053 bilhão, alta de 88,6% em relação ao quarto trimestre de 2022. Em 2023, o Ebitda ajustado foi de R$ 4,313 bilhões, alta de 100,6% em relação a 2022.

“Os efeitos positivos no EBITDA neste trimestre foram parcialmente compensados pelo maior resultado financeiro líquido negativo, que totalizou R$ 1,011 bilhão frente ao prejuízo de R$ 395,4 milhões no 4T22, principalmente devido a efeitos não caixa e one off como a
reclassificação da contabilização do reconhecimento integral em resultado do valor justo das debêntures após liquidação antecipada dos swaps contratados para
conversão da exposição de IPCA para CDI (-R$ 370,1 milhões de impacto no 4T23) e da baixa dos custos de captação das antigas dívidas da UTE Porto de Sergipe (-R$ 302,9 milhões no 4T23)”, explicou o relatório.

A receita operacional líquida foi de R$ 2,727 bilhões, alta de 17,6% na comparação anual. Em 2023, a receita operacional líquida foi de R$ 10,090 bilhões, alta de 64,7% em comparação a 2022.

O fluxo de caixa operacional (FCO) totalizou R$ 932,5 milhões no 4T23, impulsionado pelo resultado operacional do trimestre e pela variação positiva de outros ativos e passivos, sendo ligeiramente compensado pela necessidade de capital de giro no período. O principal efeito que contribuiu para a variação do capital de giro no 4T23 foi o aumento dos
saldos de contas a receber, com impacto líquido negativo de cerca de R$ 154,3 milhões no fluxo do 4T23, referente sobretudo ao contas a receber das receitas de despacho das UTEs do Complexo Parnaíba, Fortaleza e carvão e do reajuste contratual, efetivo à partir de novembro de 2023, da receita fixa dos contratos regulados das usinas com contratos regulados vigentes no 4T23.

O fluxo de caixa de atividades de investimento (FCI) no 4T23 totalizou saída de caixa total de R$ 750,9 milhões no 4T23. O Fluxo de Caixa de Financiamento (FCF) do 4T23 totalizou saída de caixa líquida de R$ 234,9 milhões.

Os investimentos da companhia no 4T23 somaram R$ 789,3 milhões, sendo 68% do total direcionado aos projetos em construção.

A dívida bruta consolidada (líquida do saldo de depósitos vinculados aos contratos de financiamento e custos de transação) encerrou dezembro de 2023 em R$ 19,701 bilhões frente a R$ 18,605 bilhões em dezembro de 2022 e R$ 23,712 bilhões ao final de setembro de 2023. Vale destacar que a posição de dívida bruta ajustada no 3T23 era de R$ 19,396 bilhões, excluindo os pré-pagamentos, recompras e operações realizadas no âmbito da reestruturação de dívida da subsidiária CELSE.

Ao final de dezembro de 2023, o saldo de caixa da companhia (incluindo caixa, equivalentes de caixa e títulos e valores mobiliários) somava R$ 2,593 bilhões, apresentando aumento de R$ 571 milhões frente ao saldo de caixa reportado em dezembro de 2022, de R$ 2,022 bilhões, e permanecendo relativamente estável na comparação com
o saldo de caixa registrado em setembro de 2023 de R$ 2,646 bilhões.

A dívida líquida consolidada totalizava R$ 17,108 bilhões ao final de 2023, com relação de dívida liquida/EBITDA nos últimos 12 meses de 3,99x. Conforme a revisão dos limites máximos até 2T24 dos covenants vinculados à relação dívida líquida/EBITDA consolidada, aprovados em 2022 nas Assembleias Gerais de Debenturistas, o limite máximo foi revisado para 5,5x entre 3T23 e o final do 4T23 e, em 5,0x entre o 1T24 e o final do 2T24, retornando para o limite máximo de 4,5x a partir do 3T24, conforme originalmente previsto
nas escrituras de emissão das debêntures.

A Eneva tem a maior parte de suas dívidas concentradas no médio e longo prazo, com vencimentos em 2025 e após 2027, acompanhando o COD dos principais projetos em construção.

Segundo a companhia, do ponto de vista de capacidade de execução, a Eneva de 2024 está muito mais preparada do que a empresa que iniciou a implementação de Parnaíba V e Azulão-Jaguatirica em 2019. “Nossas competências atuais, associadas a um maior acesso a capital com custo competitivo, são muito mais robustas do que há cinco anos, e ampliaram nossa capacidade de executar projetos complexos em áreas remotas. Essa maturidade alcançada pela Companhia me dá total confiança de que este segundo ciclo de crescimento irá propiciar retornos excepcionais para os nossos acionistas, ao mesmo tempo em que contribuirá de forma definitiva para aumentar a resiliência do sistema elétrico brasileiro e para a descarbonização da nossa matriz energética, utilizando o gás natural como substituto de combustíveis mais poluentes”, explicou a Eneva.