PIB brasileiro recua 0,1% no 1º trimestre e contraria projeções

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PIB recua puxado por serviços - Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

São Paulo – A economia brasileira retraiu-se à taxa de 0,1% no segundo trimestre de 2021 na comparação com os primeiros três meses do ano, acomodando a recuperação econômica observada nos três trimestres anteriores e mantendo-se próximo do nível imediatamente anterior à pandemia, entre o fim de 2019 e o início do ano passado. O resultado é menor que a mediana projetada pelo Termômetro CMA, de +0,15%. 
Já em relação ao segundo trimestre de 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) nacional acumula alta de 12,4%, acelerando-se fortemente em relação à alta de 1,0% observada no primeiro trimestre deste ano na mesma base de comparação. O resultado, porém, também é menor que a mediana projetada, de +12,75%, ainda conforme o Termômetro CMA. 
Com o resultado, o PIB do Brasil acumula altas de 1,8% no acumulado dos últimos 12 meses até junho e de 6,4% nos primeiros seis meses de 2021. Em valores, o PIB somou R$ 2,1 trilhão no segundo trimestre deste ano. Os dados foram divulgados pelo IBGE.
Em bases trimestrais, a maior queda foi registrada pelo setor agropecuário (-2,8%), seguido pela Indústria (-0,2%). Em contrapartida, o setor de serviços registrou expansão de 0,7% no período.
Em base anual, porém, o setor agrícola registrou variação positiva de 1,3% ante igual período de 2020. No semestre, a alta foi de 3,3% em relação aos primeiros seis meses do ano passado. O PIB do agronegócio somou R$ 180  bilhões entre abril e junho de 2021.
Já o PIB da indústria disparou 17,8% no confronto anual, somando R$ 410,4 bilhões no trimestre encerrado em junho. Na comparação semestral, a alta do PIB industrial foi de 10,0%.
Ainda do lado da oferta, o PIB de serviços também registrou forte alta na comparação anual, subindo 10,8%. No acumulado do semestre, a alta foi de 4,7% na comparação com igual período do ano anterior. O PIB do setor de serviços somou R$ 1,3 trilhão no trimestre.
Pela ótica da demanda, o consumo das famílias permaneceu estável na comparação com o primeiro trimestre, mas avançou 10,8% na comparação com o segundo trimestre do ano passado. O resultado foi beneficiado pelo que o IBGE chama de “efeito base”, pois leva em consideração o piso registrado no primeiro e mais acentuado impacto da pandemia sobre a economia.. Entre abril e junho deste ano, o consumo das famílias somou R$ 1,3 trilhão.
Ainda nessa ótica, o consumo do governo registrou elevação de 0,7% entre abril e junho na comparação com o período entre janeiro e março. Em relação ao mesmo período de 2020, os gastos do governo subiram 4,2%. No trimestre passado, essa cifra do PIB nacional referente à União somou R$ 408,8 bilhões.
Por fim, a formação bruta de capital fixo (FBCF) no país recuou 3,6% no segundo trimestre de 2021 em relação ao período anterior. Já na comparação com igual período de 2019, a FBCF, que se refere aos investimentos produtivos, teve alta de 32,9%. No acumulado entre abril e junho deste ano, a FBCF somou R$ 390,2 bilhões.