Petrobras nega estudos para criação de nova reserva

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P-58 no campo de Jubarte. Foto: Agência Petrobras

São Paulo, SP – A Petrobras divulgou na noite de ontem (13) um comunicado afirmando que “não há qualquer estudo para criação de uma nova reserva”.

A nota da estatal é uma resposta à noticia do jornal “O Globo” que afirmou que a estatal estuda a criação de um novo fundo para receber dividendos extraordinários com foco em investimentos, já que o fundo atual, que aloca os R$ 43,9 bilhões destinados a esses proventos, só pode ser usado para pagar dividendos futuros, juros sobre capital próprio, recompras de ações e absorção de prejuízos. Ou seja, não pode ser usada para investimentos nem para abater dívida.

Ontem, a empresa também negou ter “prometido ou sinalizado” uma direção para o pagamento de dividendos extraordinários em reunião realizada com investidores em Nova York nos dias 30 e 31 de janeiro, após matéria do jornal “Valor Econômico” que mostrou que a empresa informou, em slides apresentados neste evento, que “a remuneração dos acionistas segue o mesmo espectro decisório desde 2021”.

Segundo a empresa, as apresentações do evento foram enviadas à Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) e à Securities and Exchange Comission (SEC, órgão equivalente à Comissão de Valores Mobiliários nos Estados Unidos) e não contém informações relevantes.

PRATES

Em sua conta na plataforma X (ex Twitter), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que o mercado ficou nervoso esperando dividendos sobre cuja decisão “foi meramente de adiamento e reserva”. Na avaliação de Prates, falar em “intervenção
na Petrobras” é querer criar dissidências, especulação e desinformação.

“É preciso de uma vez por todas compreender que a Petrobras é uma corporação de capital misto controlada pelo Estado Brasileiro, e que este controle é exercido legitimamente pela maioria do seu Conselho de Administração. Isso não pode ser apontado como intervenção!’, afirmou.

Segundo Prates, esse é o exercício soberano dos representantes do controle da empresa. “É legítimo que o CA se posicione orientado pelo Presidente da República e pelos seus auxiliares diretos que são os ministros. Foi exatamente isso o que ocorreu em relação à decisão sobre os dividendos extraordinários. Somente quem não compreende (ou propositalmente não quer compreender) a natureza, os objetivos e o funcionamento de uma companhia aberta de capital misto com controle estatal pode pretender ver nisso uma intervenção indevida. Vamos voltar à razão e trabalhar para executar, eficaz e eficientemente, o Plano de Investimentos de meio trilhão de reais que temos pelos próximos cinco anos à frente, gerar empregos, renda, pesquisa, impostos e também lucro e
dividendos compatíveis com os nossos resultados e ambições”.

DIVIDENDOS

Estatal informou que efetuará no próximo dia 20 de março o pagamento da segunda parcela dos dividendos referentes ao balanço de 30 de setembro de 2023, com base na posição acionária de 21 de novembro de 2023.

Os valores brutos dos dividendos por ação serão corrigidos pela taxa Selic de 31/12/2023 até o dia 20 de março, conforme cálculos da atualização monetária. O valor por ação dos dividendos será de R$ 0,68.