Petrobras nega corte em pedidos de distribuidoras de combustíveis

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Foto: Exxon Mobil

São Paulo – A Petrobras negou que tenha feito cortes unilaterais em pedidos de gasolina e diesel já feitos de distribuidoras de combustíveis, conforme afirmou a Associação das Distribuidoras de Combustíveis (Brasilcom), em comunicado ontem.
A estatal afirmou, em esclarecimento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que “as suas refinarias estão operando normalmente e segue atendendo integralmente os contratos com as distribuidoras, de acordo com os termos e prazos vigentes”.
Ontem, a associação afirmou, que no último dia 11 de outubro, diversas distribuidoras de combustíveis filiadas receberam comunicados do setor comercial da Petrobras informando uma série de cortes unilaterais nos pedidos feitos para fornecimento de gasolina e óleo diesel para o mês de novembro. A afirmação foi feita por meio de nota publicada no site da Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Biocombustíveis.
Segundo a Brasilcom, as reduções promovidas pela Petrobras, em alguns casos chegam a mais de 50% do volume solicitado para compra e “colocam o país em situação de potencial desabastecimento”, já que embora essas reduções possam ser compensadas por meio de importações, os preços praticados no exterior estão em patamares bem superiores aos praticados no Brasil.
A associação afirma que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) já foi comunicada do potencial problema, através de diversas correspondências enviadas pelas distribuidoras ao endereço eletrônico movimentações@anp.gov.br, identificado pela ANP como o canal apropriado para o envio de informações sobre esse tipo de situação.
“Apesar de totalmente favorável ao programa de desinvestimento de ativos da Petrobras, a BRASILCOM considera este momento um exemplo do que pode vir a ocorrer caso as autoridades governamentais não se preocupem em estabelecer regras claras para a atuação dos novos proprietários das refinarias e sistemas de logística desinvestidos pela Petrobras, de modo a evitar o estabelecimento de condições comerciais com preferências a determinados clientes, desequilibrando o ambiente concorrencial do mercado de combustíveis”, disse ainda a entidade.
Danielle Fonseca / Agência CMA
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