Petrobras firma parceria com distribuidora SIM para fornecimento de diesel com conteúdo renovável

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Diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, e o presidente das Empresas SIM, Neco Argenta. Foto: Fernanda Cordeiro/Agência Petrobras.

São Paulo, 7 de novembro de 2023 – A Petrobras informou nesta terça-feira que firmou uma parceria com o grupo proprietário dos postos SIM na véspera (6), para compra e venda de diesel com conteúdo renovável. Será a primeira vez que empresas transportadoras poderão abastecer seus veículos com o novo combustível em postos selecionados.

O contrato prevê que a Petrobras fará a entrega do combustível para a SIM em Araucária (PR), onde está localizada a Refinaria Presidente Vargas (Repar), que produz o Diesel R. Também está prevista a opção de entrega na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão (SP).

O Grupo, fundado em 1985 pelos irmãos Neco e Deunir Argenta, em Flores da Cunha (RS), é composto por oito empresas: SIM Rede de Postos, SIM Distribuidora de Combustíveis, Querodiesel, SIM Lubrificantes, Charrua, A27 Bank, Vital Soluções Ambientais e Lubrificantes e SIM Aviação. Trata-se da maior rede varejista de postos de combustíveis e conveniências do país.

Segundo o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, a Petrobras é referência no desenvolvimento e comercialização de combustíveis mais sustentáveis: “A Petrobras foi a primeira empresa no Brasil a desenvolver tecnologia própria de coprocessamento de matéria-prima renovável no refino. Investimos na produção porque percebemos as demandas da sociedade e do mercado para produtos mais sustentáveis. Estamos muito satisfeitos com a parceria estabelecida com as empresas SIM, que irá expandir ainda mais a comercialização do Diesel R”.

O Diesel R da Petrobras é produzido, atualmente, na Repar (PR) a partir do coprocessamento de derivados de petróleo (parcela mineral) com matérias-primas renováveis, como óleo de soja. No primeiro semestre de 2024, a Petrobras também ofertará o Diesel R na RPBC, em Cubatão (SP).

Esse novo combustível é uma alternativa sustentável no ciclo diesel, pois a redução das emissões associada à parcela renovável é de, ao menos, 60 %, em comparação com o diesel mineral, podendo ser até maior, a depender da matéria-prima utilizada. Além do benefício ambiental, o Diesel R é um produto com alta estabilidade e isento de contaminantes, o que garante durabilidade e desempenho dos motores.

De acordo com o presidente das Empresas SIM, Neco Argenta, a parceria é inovadora: “É uma associação estratégica para levar ao mercado o que há de mais inovador e que sinaliza uma mudança de modelo, em que a sustentabilidade se firma como propósito dos novos negócios, dentro das condutas de ESG”.

Petrobras conclui com sucesso teste industrial para processamento de óleo vegetal

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou nesta segunda-feira (6) que o Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) realizou com sucesso o teste industrial para o processamento integral de óleo vegetal na unidade de Craqueamento Catalítico Fluidizado (FCC) da Refinaria Riograndense (RPR). A tecnologia permitirá produzir derivados usualmente obtidos a partir do petróleo, mas utilizando como matéria-prima óleos vegetais, abrindo portas para um novo leque de combustíveis renováveis e petroquímicos.

Entre os produtos destacam-se o bio-GLP, os óleos leves e pesados renováveis, além do bio-BTX (benzeno, tolueno e xileno), componentes com vasta aplicação nas indústrias de borracha sintética, nylon e PVC. O projeto ainda alcançou a marca de desenvolver formulações para gasolinas renováveis de alta performance. O projeto também teve a participação da Braskem e do Grupo Ultra.

Segundo o CEO, a empresa vinha testando “há tempos” a produção de derivados típicos de petróleo em laboratório e agora realizou o teste numa refinaria. “Esta conquista é resultado de uma série de estudos que, até então, vinham sendo desenvolvidos em escala laboratorial”, escreveu Prates, em postagem na rede social “X”.

O teste em escala industrial foi conduzido pelas equipes do Cenpes, Engenharia/Inovação, Refino e da RPR. “A operação teve início em 31 de outubro. A unidade operou de maneira estável durante todo o período de teste, que foi concluído na manhã de 6 de novembro”, explicou.

Segundo Prates, com base nos resultados obtidos, será realizado um estudo de retrofit da unidade de FCC da Refinaria Riograndense, permitindo a operação como a primeira biorrefinaria do Brasil. A confirmação dos resultados promissores obtidos nas unidades de pesquisa abre perspectivas para o estabelecimento de contratos de licenciamento da tecnologia comprovada.

Em junho de 2024, está previsto um segundo teste de coprocessamento de óleo de pirólise de biomassa com gasóleo. “Isso é a prova de que a Petrobras não é só discurso quanto a transição energética. Nós estamos de volta à vanguarda de uma transição gradual, responsável e inclusiva, pois óleo vegetal em refinarias é demanda para o setor agrícola nacional, pequenos e grandes produtores”, comemorou Prates.