Para Lagarde, vacinas darão a chance de remodelar economia global

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A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde / Foto: BCE/Adrian Petty

São Paulo – A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou que as recentes notícias sobre o progresso de vacinas contra a covid-19 representam a chance de remodelar a economia global, respondendo aos desafios que se apresentaram na crise atual e se ajustar às oportunidades que surgiram com as limitações impostas, entre elas, a digitalização.

“As notícias de que temos vacinas com mais de 90% de eficiência são muito positivas porque nos darão a chance de reduzir os prejuízos para a economia global”, disse ela durante participação no fórum virtual das Nações Unidas (ONU).

A declaração acontece após a farmacêutica britânica AstraZeneca informar ontem que a sua vacina, desenvolvida em conjunto com a Universidade de Oxford, pode ter eficácia de 90%. Antes dela, as norte-americanas Pfizer e Moderna já haviam anunciado que suas vacinas tinham, em média, eficiência de 95%.

Lagarde pontuou, no entanto, que o período após a pandemia do novo coronavírus será desafiador para a economia global. Ela listou três pontos que considera os mais críticos: a desigualdade, a digitalização da economia e a economia verde.

“Se não agirmos, a desigualdade deve aumentar entre países, entre rendas e entre gêneros. A baixa renda e as mulheres devem sentir mais o impacto da crise”, afirmou ela. “Também não poderemos fugir do processo de digitalização da economia, que se acelerou com a pandemia, acabando com milhares de empregos, mas também dando a oportunidade de criar milhares de outros”, acrescentou.

“Por fim, não podemos ignorar a economia verde. Precisamos impulsionar o crescimento econômico dentro de um modelo mais sustentável, mais verde”, completou.

Diante desse cenário, Lagarde repetiu a mensagem de que os bancos centrais desempenham um papel fundamental na recuperação pós-crise. “Os bancos centrais devem liderar esses reforços junto com os governos e o Banco Central Europeu está pronto para isso”, concluiu.