Pandemia faz demanda por profissional de TI crescer muito acima da oferta

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Foto: Pexel

São Paulo, SP – A pandemia adiantou em vários anos a migração online de diversos segmentos da economia. A procura por sistemas de segurança da informação e de dados e o desenvolvimento de ferramentas e plataforma para absorver toda essa demanda foi muito além do que o mercado de trabalho na área de tecnologia da informação conseguia absorver.

Esse tema foi abordado hoje no Congresso Security Leaders, que acontece na cidade do Rio de Janeiro, com transmissão online. O evento reúne líderes locais para debater os assuntos de abrangência nacional, além de tendências e cultura de Segurança Cibernética. Com o tema Cultura de Segurança Cibernética, da teoria à prática, o Congresso reúne profissionais da área para debater uma série de assuntos pertinentes para a comunidade de SI.

No painel chamado Escassez e retenção de talentos, desafios que a automação pode ajudar, os debatedores falaram sobre a falta de profissionais qualificados no mercado e o desafio de retê-los diante do cenário no qual a demanda por esses profissionais é muito superior à oferta.

A página oficial do evento diz que a pesquisa Benchmarking Retenção de Talentos, que ouviu 143 respostas de executivos brasileiros de diversas áreas de atuação, revelou que dentre os mecanismos mais utilizados pelos líderes para reter talentos em TI e SI, o destaque vai para Bônus/PLR (78%), permitir full home office (76%) e estabelecer um plano de carreira (62%).

Durante o debate, Ricardo Salvatore, BSO Cyber & ICT Security na Tim Brasil, disse que é fundamental a criação de um plano de carreira para conseguir manter o profissional motivado e fiel à empresa. Ele lembrou que é possível automatizar os primeiros níveis de um processo de segurança cibernética, mas nada substitui o talento de um profissional gabaritado.

Na mesma linha de pensamento, Rodrigo Rosa, Gerente de Defesa Cibernética na Petrobras, disse que é preciso desafiar o tempo todo o profissional para mantê-lo motivado e, assim, evitar sua migração para uma empresa concorrente.

Ele lembrou ainda que, com a disseminação do trabalho remoto, os profissionais brasileiros agora também são cortejados por empresas do exterior, que pagam em dólar e conseguem na maioria das vezes oferecer remuneração mais atraentes ao profissional.

Para Abian Laginestra, Fundador e CEO na Kimoshiro Cybersecurity, as empresas têm que investir em um programa de treinamento e oferecer desafios e benefícios para que o profissional de TI se sinta valorizado e motivado. O executivo também enfatizou a importância com a cibersegurança.

Segundo a revista Cybersecurity Ventures, o crime cibernético custará ao mundo US$ 10,5 trilhões anualmente até 2025. Se fosse medido como um país, seria a terceira maior economia do mundo, depois dos Estados Unidos e da China.

A revista aponta que os custos globais do crime cibernético representa a maior transferência de riqueza econômica da história, arrisca os incentivos para inovação e investimento, é exponencialmente maior do que os danos infligidos por desastres naturais em um ano e será mais lucrativo do que o comércio global de todas as principais drogas ilegais combinadas.