Opep corta previsão de alta na demanda global de petróleo por coronavírus

728

São Paulo – A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou para baixo sua projeção de crescimento da demanda global da commodity para o ano de 2020. Segundo o relatório mensal do grupo, o corte foi de 230 mil barris por dia (bpd), levando a demanda a crescer 990 mil bpd, para 100,73 milhões de bpd.

Para a Opep, o principal motivo para a queda nas projeções de procura por petróleo para o ano se deve ao surto de coronavírus na China, maior importador da commodity no mundo. As mortes pela doença já somam mais de 1,1 mil, segundo o país.

Em consequência, a Opep revisou para baixo sua previsão de crescimento da oferta de petróleo para os países não pertencentes à organização. Segundo o relatório, a expectativa foi cortada em 100 mil bpd em relação ao reporte de janeiro. Com isso, a projeção de crescimento de oferta se encontra, agora, em 2,25 milhões de bpd, para 66,6 milhões de bpd.

“As maiores revisões negativas no crescimento de produção estão localizadas nos Estados Unidos, mas isso será compensado, em parte, por um aumento na oferta de outras regiões”, afirma a Opep em relatório. No entanto, segundo o grupo, os Estados Unidos ainda devem ser o maior produtor da commodity fora do cartel, seguido pela Noruega, Brasil, Canadá, Guiana e Austrália.

A Opep também informou que sua produção caiu em 509 mil bpd em janeiro em relação ao mês anterior, para 28,86 milhões de bpd.

Para o crescimento da economia mundial, a Opep revisou para baixo sua projeção, citando o surto de coronavírus. Segundo o relatório, a perspectiva de crescimento econômico mundial foi cortada em 0,1 pontos percentuais (pp), para 3,0%.

A previsão de evolução para os Estados Unidos permaneceu inalterada em 1,9% para 2020. A eurozona, porém, teve revisão para baixo de 0,1 pp, para 0,9%, assim como o
Japão, que teve o mesmo corte na perspectiva, para 0,6% em 2020. A China teve uma revisão negativa bem maior, de 0,5 pp, para 5,4%. A Opep manteve inalterada a previsão de crescimento para o Brasil, em 2,0%.