ONU aprova resolução que condena invasão russa na Ucrânia

546
bandeiras países ONU
Sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York. Foto: Divulgação/ ONU

Na Assembleia Geral Extraordinária da Organização das Nações Unidas (ONU), os representantes dos 193 países membros estão reunidos para votar uma condenação à Rússia nesta quarta-feira. O placar foi de 141 votos a favor, 5 contra e 35 países se abstiveram de votar.
As resoluções da ONU não têm força de lei, mas elas mostram a opinião internacional a respeito de um assunto que envolva países membros. O embaixador brasileiro foi um dos membros que votou a favor da resolução.
Antes da votação, os representantes dos países fizeram seus discursos. O representante da Ucrânia na ONU, o embaixador Sergei Kislitsia, foi enfático na descrição do que acontece no seu país desde o começo da guerra. “A nação enfrenta problemas desesperadores. Temos que tomar medidas mais severas para acabar com essa guerra. O direito internacional foi quebrado”, disse.
Kislitsia disse que a Ucrânia está em condição desfavorável. “Estamos enfrentando forças armadas fortes. Eles querem acabar com nossas causas e prioridades. Lutamos pelo direito de existir”.
Ele citou a ajuda internacional, que tanto vem abrigando os refugiados ucranianos quanto enviando armamento. “Expresso minha gratidão por quem luta pela nossa liberdade e quem aceita nossos refugiados. As tropas russas estão causando crimes contra a humanidade. São crimes bárbaros que é difícil acreditar”.
“Ucranianos são mortos por mísseis russos e se tornaram vítimas deste ataque. Não provocamos essa escalada de tensão. Esses crimes continuam acontecendo contra tratados internacionais. O mal se alastra. Esta resolução vai proteger todos vocês e as próximas gerações”.
Logo em seguida falou o representante da Rússia, o embaixador Vasily Nebenzia. “Pedimos para que não apoiem a resolução. Sabemos a pressão dos parceiros ocidentais sobre nosso país. São ameaças cínicas e abertas”, disse.
Nebenzia continuou, dizendo que as sanções vão aumentar a violência no país e que pessoas são usadas como escudos humanos. “Sabemos que batalhões nacionalistas fazem manifestações de acusar a Rússia de ter cometido esses crimes. Soubemos também que há distribuição criminosa de armas, inclusive para pessoas que saíram da prisão, na Ucrãnia”.
O embaixador russo disse que as ações de hoje são resultado do que acontece há oito anos, na região de Donbass. “Nosso pais fez tudo o que pode para evitar esse cenário. Batemos em todas as portas mas não nos ouviram. Não queremos nos esconder atrás de civis”.
Ele fala que no documento que foi votado “não há nada sobre o fato de os Estados Unidos estarem mandando armas para a Ucrânia e União Europeia, para as pessoas matarem civis em Donbass. Eles estão se colocando como defensores do direito internacional”.
Logo depois da votação, o secretário-geral da ONU, António Guterres, falou com a imprensa. “A resolução reflete uma verdade central: o mundo quer o fim deste sofrimento da Ucrânia. A generosidade internacional foi posta em prática em tempo recorde, com envio de medicamentos, alimentos e proteção. Vamos contribuir para acabar com as hostilidades. O povo da Ucrânia precisa desesperadamente de paz.
Em seguida, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfeld, se pronunciou. “Demonstramos que a Rússia está isolada, reafirmamos a carta da ONU, vamos nos colocar junto nessa batalha. Ontem, o presidente [Joe] Biden elogiou a coragem do povo ucraniano. 141 países votaram a favor, o mundo está escolhendo o lado da paz e segurança. Vamos demonstrar o propósito da ONU”, conclui.