Negociações das ações da Evergrande foram suspensas com relatos de detenção do presidente

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Incorporadora Evergrande | Foto: Divulgação

As negociações das ações da incorporadora China Evergrande Group foram interrompidas no pregão de quinta-feira em Hong Kong, por conta dos relatos da detenção do presidente da empresa, Hui Ka Yan, que teria sido colocado sob vigilância policial. Ao mesmo tempo, pairam sobre a organização preocupações sobre o risco de falência.

A Evergrande tem mais de US$ 300 bilhões em passivos, e se tornou um símbolo da crise da dívida do setor imobiliário chinês, que contribui com um quarto da economia do país. Não há informações sobre o motivo pelo qual Yan estaria sob vigilância policial.

A incorporadora chinesa, que já foi a maior do país, vem sofrendo com a crise do pagamento de títulos e a dificuldade de receber aprovação dos credores para a reestruturação da sua dívida offshore. A situação se deteriorou depois que a empresa ter divulgado que não conseguia emitir novas dívidas.

“Não está claro por que Hui está sob vigilância policial, mas isso pode sinalizar certas negociações exigidas do governo. O desenvolvimento mais recente interrompeu a esperança de reestruturação”, disse Gary Ng, economista sênior da Natixis para a Ásia-Pacífico em entrevista para a agência Reuters.

“Nenhum promotor é demasiado grande para falir na China e, portanto, é difícil imaginar um resgate total. Ainda assim, quando se trata de estabilidade, é possível ver mais influência governamental de diferentes maneiras”, disse Ng.

Na última quarta-feira, as ações da Evergrande terminaram o pregão com queda de 19% em Hong Kong. Desde a retomada das negociações, no final de agosto, as perdas já somam 81%.