Mercedes-Benz vende 116 veículos para Suzantur, dentro do programa de descontos do governo federal

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O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, participou de evento da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo (SP). Foto: Cadu Gomes/VPR.

São Paulo – O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou que a primeira grande venda do programa de renovação de frota de ônibus e caminhões, no âmbito do programa de renovação de frota do governo federal, foi realizada nesta sexta-feira pela Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo (SP). O vice-presidente da República e ministro da pasta, Geraldo Alckmin, participou de evento da fabricante que marcou a venda de 110 novos ônibus e 6 caminhões para a Suzantur.

O programa estabelece um mecanismo de desconto para facilitar a compra de veículos mais sustentáveis por autônomos e pessoas jurídicas. As primeiras vendas, anunciadas nesta sexta-feira pela Mercedes-Benz, envolvem 90 modelos de ônibus urbanos e 20 rodoviários e 6 caminhões modelos extrapesados adquiridos a partir da entrega de modelos antigos para reciclagem.

O ministro expressou otimismo com a evolução do programa, a exemplo do sucesso registrado com o braço do programa voltado aos carros de passeio, encerrado na semana passada com cerca de 125 mil veículos vendidos. Ele aposta que o incentivo para a venda de veículos pesados também será um sucesso, mas lembra que o processo é mais lento porque envolve retirada de outro veículo pesado antigo de circulação. Os ônibus e caminhões velhos devem ser encaminhados para a reciclagem do setor de siderurgia antes de a nova compra ser efetivada.

Durante o evento, Alckmin ressaltou os benefícios do programa de renovação de frota. “Além de aquecer o mercado automotivo e manter funcionando a cadeia produtiva do setor, o programa contribui para colocar em circulação veículos com mais eficiência energética e, portanto, menos poluentes. Os ônibus e caminhões zero km proporcionam maior eficiência, economia no consumo de combustível e baixo custo operacional, além de mais segurança nas estradas”, ressalta o governo.

O vice-presidente celebrou as vantagens da renovação da frota do país. “Veículo muito velho polui 20 vezes mais. [A troca por novos veículos] Vai melhorar a qualidade do ar, contribuir para a saúde. Tem frenagem moderna, evita morte. Ou seja, é menos poluente, mais confortável, evita acidentes, salva vidas”, resumiu.

Logo após o evento, ao conversar com jornalistas, o ministro afirmou que o governo federal está estudando um modelo mais permanente de renovação de frota para ônibus e caminhões.

Por ora, o prazo termina quando acabarem os recursos: foram disponibilizados R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para ônibus, em forma de crédito tributário para as montadoras, com descontos que variam de R$ 33 mil a R$ 99 mil por veículo.

Roberto Leoncini, vice-presidente de Vendas & Marketing Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz, fez coro com o ministro. “Estamos colocando em circulação 110 ônibus novos e tirando das ruas 110 veículos velhos, com mais de 20 anos de fabricação. São modelos que consomem menos combustível, emitem menos poluentes e são muito mais seguros e eficientes”, afirmou.

Ele considera o programa do governo federal importante em três aspectos: ambiental (incentivo à descarbonização, reciclagem e economia circular), social (mais segurança viária e conforto para passageiros, melhores condições de trabalho aos operadores) e econômico (estímulo à venda dos veículos reaquece o setor e gera emprego).

Segundo Claudinei Brogliato, CEO da Suzantur, empresa que adquiriu os ônibus da Mercedes-Benz, o programa permitiu que sua empresa dobrasse o número de ônibus adquiridos. “Além de mais conforto e segurança para a população, ganhamos com a redução na emissão de poluentes e com maior eficiência em custos operacionais, visando a rentabilidade dos nossos negócios.” Ele defende um esforço concentrado envolvendo governo, trabalhadores, BNDES, indústria, empresários e agências reguladoras para manutenção do segmento aquecido, manutenção de empregos e desenvolvimento do país.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, também presente ao evento, reforçou o papel essencial do programa de renovação da frota na manutenção dos empregos no setor automotivo. Ele fez um breve balanço da criação de empregos no país, que chegou em maio a um saldo de 156 mil novos postos. Ele atribuiu a defasagem entre o resultado e a meta almejada (180 mil novas vagas) à decisão do Banco Central de não reduzir a taxa de juros. Com a tendência de queda a partir de agosto, a previsão, segundo Marinho, é fechar o ano com pelo menos mais 2 milhões de empregos formais no país. “Precisamos de crescimento constante para que possamos gerar emprego e renda. Qualificação, informação, educação e investimento em políticas públicas.”

Também discursou no evento Aroaldo Oliveira da Silva, diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e Presidente da IndustriALL Brasil. Ele ressaltou a capacidade da indústria de alavancar a economia e lembrou que o caminho passa pela transição energética, descarbonização, tema discutido na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, que ocorreu nesta quinta-feira (14), e que ele acompanhou. “Nossa matriz energética é limpa. Temos todos os elementos para reconstruir e desenvolver produtiva, tecnológica, econômica e socialmente o país”, concluiu.

Orlando Morando, prefeito de São Bernardo do Campo, também esteve presente ao evento.

Balanço do programa de renovação da frota

O programa temporário de renovação de frota do governo federal tem duração de quatro meses ou enquanto durar os recursos. Para caminhões, foram requisitados pelas montadoras, até o momento, R$ 100 milhões dos R$ 700 milhões disponíveis. Para ônibus, R$ 140 milhões de R$ 300 milhões.

A modalidade do programa para carros chegou ao fim no último dia 7 de julho, com 125 mil unidades vendidas em pouco menos de um mês.

A aquisição de caminhões e ônibus segue, como esperado, ritmo mais lento. Além de investimento ser maior, há que se tirar os veículos pesados de circulação, o que demanda naturalmente prazo maior. Além disso, havia dúvidas entre agentes do mercado sobre alguns pontos do programa, principalmente os relativos aos procedimentos de entrega de veículos com mais de 20 anos para reciclagem. Para sanar essas dúvidas, o MDIC publicou, no último dia 4, uma portaria com os ajustes necessários.