MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Foto: Myles Davidson / freeimages.com

São Paulo – A Bolsa firma em alta e avança mais de 1% acompanhando o ambiente favorável no exterior com a safra de balanços do setor corporativo melhor que o esperado e com os dados econômicos mais positivos.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 1,08%, aos 114.418,43 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 14,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2021 apresentava avanço de 0,77%, aos 115.545 pontos.
Por aqui, em dia de vencimento de opções sobre as ações e podendo gerar volatilidade nos papéis e no Ibovespa, os investidores observam o índice de atividade econômica (IBC-Br), uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB)- caiu 0,15% em agosto na comparação com julho e ficou em linha com a mediana das expectativas calculada pelo Termômetro da Agência CMA. Os dados foram divulgados pelo Banco Central (BC).
Entre as ações de destaque estão do Pão de Açúcar (PCAR3)- avançavam mais de 15%- por conta do acordo com o Assaí no valor de R$ 5,2 bilhões para a transformação de 71 lojas do Extra Hiper, operadas pelo Pão de Açúcar. “O mercado gostou da operação”, disse uma fonte.  As ações do Assai (ASAI3) tinham movimento contrário e caíam mais de 4%.
Para Caio Henrique Soares Rodrigues, head e estrategista da Speed Invest, a Bolsa sobe por causa do mercado externo com os balanços positivos dos bancos e as vendas do varejo acima do esperado. “Esses resultados trazem certa estabilidade e tira um pouco desse temor que o mercado sentia por conta da inflação e do movimento do tapering (retirada dos estímulos)”.
O head e estrategista da Speed Invest também comentou que “outro vetor que faz o mercado respirar um pouco tem relação com a Evergrande. Hoje, a China comunicou que o caso da incorporadora é bem isolado e o próprio governo está auxiliando para que a empresa não quebre”. O mercado ficou receoso com a crise da Evergrande, e se outras construtoras do país poderiam enfrentar o mesmo problema.
Rodrigues ressaltou que as tensões no interno continuam, mas o Ibovespa “está seguindo mais as tendências do macroeconômico global”.
Mais cedo, o Departamento do Comércio dos Estados Unidos divulgou os dados de vendas no varejo- subiram 0,7% em setembro em relação ao mês de agosto, acima do esperado pelos analistas.
Ainda por aqui, os investidores ficam temerosos ao risco fiscal e às notícias populistas do governo. Na véspera, em um evento, o presidente Jair Bolsonaro disse que vai pedir ao ministro de Minas e Energia que volte à cobrança normal da conta de luz no mês que vem. “A declaração de Bolsonaro chama atenção do mercado com uma possível intervenção do governo, mas pode ser uma intenção populista”, disse Ariane Benedito, da CM Capital.
Para a economista da CM Capital, a expectativa para a abertura da Bolsa com o ganho generalizado no externo “deve impactar a Bolsa brasileira positivamente”.
Os analistas da Sul América Investimentos também apostam que “o Ibovespa deve subir acompanhando as altas nos Estados Unidos”.
O dólar opera em forte queda. Embora os ruídos domésticos – políticos e fiscais – continuem no radar, além do Indice de Atividade Econômica (IBC-Br) ter sido -0,15% em agosto ante julho, o leilão extraordinário de swap, realizado nesta manhã pelo Banco Central (BC), consegue tirar – mesmo que momentaneamente – a pressão do real.
Por volta das 13h30, o dólar comercial recuava 1,32%, cotado a R$ 5,4410 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em novembro de 2021 tinha queda de 1,36%, cotado a R$ 5.454.
Segundo o sócio da Euroinvest, Cristiano Fernandes, “a linha de corte do Banco Central é de R$ 5,50, e acima deste valor ele ataca”. Este ataque é uma menção aos leilões extraordinários de swap, como o realizado nesta manhã, onde a instituição visa injetar liquidez no mercado. “O BC tem enxugado gelo, mas não tem muito o que fazer”, avalia Fernandes.
Já o IBC-Br, na avaliação de Fernandes, acendeu um sinal de alerta: “Isso (a queda de 0,15%) mostra que a curva do Produto Interno Bruto (PIB) vem se deteriorando, talvez a gente esteja com um PIB superestimado. Isso também reflete no câmbio, com o investidor buscando moedas para se proteger”, analisa.
Fernandes, porém, acredita que os ruídos internos continuam vivos: “O governo tem insistido em pautas onde a conta não fecha”, referindo-se ao auxílio temporário, que teria o caráter de gastos extras para se encaixar no teto de gastos.
De acordo com o economista-chefe da Necton, André Perfeito, “como os mercados estão em alta, assim como o petróleo, também é provável que o real ganhe força”.
Nesta manhã, às 9h30, o Banco Central realiza mais um leilão extra de swap cambial. A instituição irá ofertar 20 mil contratos (US$ 1 bilhão), com o objetivo de injetar mais liquidez no mercado.
As taxas dos contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) abriram a sessão em alta após o resultado inesperado do varejo dos Estados Unidos, que deve impactar diretamente a inflação por lá e colocar ainda mais urgência no processo de retirada de estímulos previsto pelo Fed.
Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 7,356%, de 7,336% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 9,240%, de 9,140%; o DI para janeiro de 2025 ia a 10,130%, de 10,060% antes e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,500%, de 10,460%, na mesma comparação.