MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Gráfico

São Paulo – A Bolsa chegou a cair mais 1% e ficar na faixa dos 120 mil pontos, mas já diminuiu a queda e retornou aos 121 mil pontos com os investidores insatisfeitos com o resultado das vendas no varejo, que ficaram abaixo da previsão do mercado. Além disso, existe a expectativa para hoje da votação da reforma tributária sobre o Imposto de Renda.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,12%, aos 122.351,65 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 14,4 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava estabilidade, aos 122.430 pontos.

As vendas no varejo divulgadas pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), excluindo veículos e material de construção, registraram queda de 1,7% em junho em relação a maio, e interromperam dois meses de alta. Os dados ficaram  pior que o esperado, segundo a mediana calculada pelo Termômetro CMA, alta de 1,2%. Em relação a junho de 2020, as vendas subiram 6,3%, no entanto ficaram abaixo da previsão de +8,10%.

Segundo Luiz Henrique Wickert, analista sênior da plataforma de investimentos sim;paul, o ponto forte da queda foi atribuído ao resultado das vendas no varejo . “Os dados vieram bem abaixo do esperado e isso esfria um pouco o otimismo que o mercado vinha revisando de um PIB [Produto Interno Bruto] pra cima, esse é o grande receio”.

Outro fator que Wickert comentou foi em relação aos balanços “que vieram pior que o esperado como o da Droga Raia e acabou decepcionando o mercado”.

O analista sênior da plataforma de investimentos sim;paul afirmou que os dados de inflação nos Estados Unidos vieram em linha com a previsão dos analistas e “poderiam favorecer os mercados emergentes, mas não foi o que aconteceu devido ao problema interno”.

Em relação à votação prevista para hoje no plenário da Câmara, “o mercado não teve tempo ainda de pensar nessa votação dessa parcela da reforma tributária, que vai tratar do imposto de renda”.

Os analistas da Ajax Capital acreditam em mais um dia fraco para os ativos de risco. “O risco fiscal com a PEC dos precatórios e a incerteza  no front político não fornecem alívio para os mercados domésticos”.

Para os analistas Commcor DTVM, o mercado ficará com “foco na votação em Brasília da proposta do imposto de renda e dados de varejo”, afirmam.

O relator da proposta do Imposto de Renda (IR), Celso Sabino (PSDB-PA) apresentou seu relatório sobre a reforma do IR com mudanças, nessa madrugada, propondo a redução na Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) e uma menor diminuição na alíquota do Imposto de Renda das empresas.

Nos Estados Unidos, o índice de preços ao consumidor (CPI, sigla em inglês) subiu 0,5% em julho em comparação com junho, descontados os fatores sazonais, e ficou em linha com a previsão dos analistas. Na comparação mensal, o núcleo do índice de preços ao consumidor, que exclui a variação dos preços de alimentos e energia, teve alta de 0,3% em julho, após a alta de 0,9% em junho.

Seguindo a linha apresentada após o anúncio da inflação nos Estados Unidos, em julho, estar abaixo do esperado, o dólar terminou a manhã desta quarta-feira em alta. Os problemas internos, como a PEC dos Precatórios e o presidente Jair Bolsonaro acenando que irá insistir no voto impresso, também valorizam o movimento de valorização da moeda norte-americana.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,28%, negociado a R$ 5,2110 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2021 apresentava avanço de 0,38%, cotado a R$ 5,225.

Para o economista-chefe do Banco Alfa, Luis Otavio Leal, “o comportamento volátil do dólar é causado por uma combinação de fatores, como a política de juros mais agressiva de juros do Banco Central e a política interna, além dos resultados nos Estados Unidos”.

“Isso acaba sendo uma montanha russa e, a não ser que ocorra uma melhora no cenário interno ou piore a conjuntura externa – principalmente nos EUA -, isso não irá mudar tão cedo”, alerta Leal.

Os preços ao consumidor dos Estados Unidos subiram 0,5% em julho na comparação com o mês anterior, quando tinham avançado 0,9%. No acumulado em 12 meses, a inflação norte-americana atingiu 5,4%. Os investidores também reagem à aprovação de um pacote de infraestrutura de US$ 1 trilhão pelo Senado dos Estados Unidos, bem como à aprovação das linhas gerais do orçamento de US$ 3,5 trilhões pelos senadores do país.

Para o head de Análise da Top Gain, Leonardo Santana, “o mercado está olhando para muitas coisas nesse momento, como o pacote do Biden e o cumprimento do teto de gastos”. Além disso, os dados de inflação divulgados ontem, somados à postura mais rígida do Banco Central, favorecem o cenário nacional.

“A alta do Indice Nacional de Preços do Consumidor Amplo (IPCA) somada ao aumento da taxa de juros tornam o Brasil mais atrativo ao investidor estrangeiro”, pontua Santana. “Para hoje, o mercado deve trabalhar na linha de ontem, sem altas ou quedas bruscas”, disse.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em alta desde o fim da manhã, acompanhando a apreciação do dólar em relação ao real, com os números fracos das vendas no varejo em junho e a permanência dos impasses políticos no radar.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 6,52%, de 6,49% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 8,12%, de 8,085; o DI para janeiro de 2025 ia a 9,04%, de 9,01% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 9,43%, de 9,40%, na mesma comparação.