MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

323
Foto: Pexels

São Paulo – O Ibovespa engata alta acompanhando as bolsas norte-americanas e a caminho a bater a máxima histórica [125.323,53 pontos], com os investidores repercutindo os dados de inflação nos Estados Unidos e no Brasil, com a divulgação do PCE e IGP-M.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,58%, aos 125.094,80 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 15,1 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2021 apresentava avanço de 0,49%, aos 125.215 pontos.

O estrategista Filipe Villegas, da Genial Investimentos, afirma que vários índices globais estão atingindo as máximas históricas em pontuação devido à recuperação econômica após a pandemia, além dos comentários do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), que acabam mitigando os temores em relação à inflação.

O estrategista da Genial questiona se “chegou a vez da nossa Bolsa acompanhar seus principais pares?”.

De acordo com a equipe de analistas da Terra Investimentos, o Ibovespa “acompanha Nova York e mostra cautela com IGP-M e PCE reforçando as preocupações em relação ao cenário inflacionário”.

O índice de preços para gastos pessoas no país (PCE, sigla em inglês), que avançou 0,6% em abril na comparação mensal, após apontar a mesma alta em março, e cresceu 3,6% em abril em base anualizada, ante 2,4% em março.

Em comparação com igual período do ano passado, o núcleo do PCE, que exclui alimentação e combustível, aumentou 3,1% ante 1,9% em março em base anualizada.

No Brasil, os investidores repercutem os dados do Indice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que avançaram 4,10% em maio na comparação com a alta de 1,51% em abril. O resultado ficou acima da mediana das expectativas coletadas pelo Termômetro CMA, +3,94%. O índice acumula alta de 14,39% no ano.

Segundo os analistas do Bradesco, a explicação para esse movimento é, em boa parte, pela inflação ao produtor. “A pressão veio pelos preços das commodities, principalmente o minério de ferro, carne industrializada, cana-de-açúcar, soja e milho”.

O mercado também fica atento à proposta de orçamento para o ano fiscal de 2022 do presidente norte-americano, Joe Biden, no valor estimado de US$ 6 trilhões.

O estrategista da Genial tem uma preocupação em relação ao alerta emitido pelo governo federal em relação à crise hídrica. “Vivemos com muita volatilidade e o alerta hídrico pode mexer com a inflação e ter impacto no mercado”, afirma.

Em relação ao setor corporativo, as ações da Petrobras (PETR3 e PETR4), que têm 8% no peso no índice, registram alta de 4,07% e 3,39%, respectivamente impulsionadas pela notícia de que o JP Morgan elevou a classificação dos papéis para overweight (forte desempenho) devido à percepção de um risco menor com a nova diretoria da estatal e com a manutenção estratégica da direção.

O novo presidente da Petrobras está no cargo desde 19 de abril. Outros pontos favoráveis que contribuíram para a recomendação das ações foram o comprometimento em manter o foco no pré-sal, disciplina de capital e o acompanhamento dos preços no exterior.

O banco também destaca que os papéis negociados na Bolsa estão baratos e seu preço-alvo passa a ser R$ 35,50. No pregão de hoje as ações (PETR 3 e PETR4) estão cotadas a R$26,23 e R$26,73 para a compra, nessa ordem. O analista José Costa Gonçalves, analista da Codepe Corretora comenta que “a notícia é boa e o banco está endossando o que está acontecendo no mercado”.

Após oscilar sem rumo único no início dos negócios, o dólar comercial firma queda frente ao real, renovando mínimas sucessivas a R$ 5,22, com o ambiente doméstico mais positivo ao longo da semana, além da entrada de um fluxo estrangeiro. Lá fora, a moeda norte-americana reduziu os ganhos ante as divisas globais com investidores atentos aos indicadores nos Estados Unidos.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,47%, cotado a R$ 5,2300 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em junho de 2021 apresentava recuo de 0,18%, cotado a R$ 5,230.

O diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, destaca que o recuo da moeda é reflexo de “um fluxo comercial e financeiro positivo”, além da percepção de melhora do quadro fiscal brasileiro.

Lá fora, o dólar reduziu os ganhos após a divulgação dos dados de gastos e renda dos norte-americanos. O índice de preços para os gastos pessoais (PCE) subiu 0,5% em abril ante março, em linha com a previsão do mercado. Já a renda caiu 13,1% na comparação com março, enquanto analistas esperavam queda de 14,0%.

Outro assunto no radar do mercado externo é que o presidente norte-americano, Joe Biden, pode apresentar hoje um projeto de orçamento que elevará os gastos do governo para US$ 6,0 trilhões no próximo ano, configurando um déficit anual de mais de US$ 1,3 tri nos próximos 10 anos.

“O plano vai detalhar as intenções do novo governo com relação aos trilhões de dólares em novos gastos e à implementação de novos impostos para o financiamento. Como destaque, será a primeira vez que o governo vai avaliar oficialmente como ele acredita que o projeto afetará o crescimento econômico, a inflação e o emprego na maior economia do mundo”, comenta o economista da Guide Investimentos, Victor Beyruti.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem mistas, oscilando dentro de margens estreitas, em uma sessão na qual prevalece uma postura mais cautelosa entre os investidores diante da pausa para o fim de semana, da definição da nova bandeira tarifária e da agenda carregada da próxima semana. Outro fator a inspirar cautela é a forte aceleração do Indice Geral de Preços-Mercado em maio (IGP-M).

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 5,03%, de 4,98% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,605%, de 6,58%; o DI para janeiro de 2025 ia a 7,86%, de 7,88% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,49%, de 8,50%, na mesma comparação.