MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

570

São Paulo – O Ibovespa vem operando em alta, descolando levemente do mercado norte-americano que opera perto da estabilidade, mas com viés de queda. O dia deve ser de volatilidade, já que há um misto entre notícias positivas e negativas. O foco principal deve ser o início da vacinação contra a covid-19 em alguns países e também a aprovação de um pacote de estímulos nos Estados Unidos.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,62%, aos 114.466,36 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 11,2 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2020 apresentava avanço de 0,84%, aos 114.460 pontos.

“A expectativa de aprovação de pacotes de estímulos nos EUA e Zona do Euro para breve continuarem no radar, agora com Trump [Donald, presidente dos EUA] passando a apoiar um pré-acordo para US$ 908 bilhões e o futuro presidente Biden [Joe] sinalizando que em seu mandato irá aumentar os valores de programas paralelos”, explicou, em relatório matinal, Pedro Galdi, analista da Mirae Asset Corretora.

Galdi diz ainda que é preciso lembrar que “o fraco dado de criação de vagas nos EUA de novembro em 245 mil postos, sendo esperado 440 mil e o crescimento de novos casos de covid-19 no país reforçam a eminência da aprovação”, disse. “Sobre o início da vacinação contra o covid-19 está previsto para breve em diferentes países, sendo esperado para amanhã o lançamento de aproximadamente 800 mil doses produzidas pela Pfizer para início da imunização de idosos na região da Inglaterra.”, acrescentou.

Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, a maior alta era registrava pelo papel ordinário do IRB Brasil (IRBR3), com valorização de 5,22%, enquanto a maior queda é da ação ordinária da Qualicorp (QUAL3), com retração de 2,09%.

Após abrir volátil, o dólar comercial tem queda firme frente ao real, renovando mínimas sucessivas abaixo de R$ 5,10 pela primeira vez desde julho, em movimento descolado do exterior com a entrada de novo fluxo de recursos estrangeiros. Aqui, investidores ainda digerem a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) quanto à reeleição da presidência no Congresso, e lá fora, as atenções se voltam ao governo norte-americano que deve anunciar sanções contra a China.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 1,22%, sendo negociado a R$ 5,0630 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em janeiro de 2021 apresentava recuo de 1,82%, cotado a R$ 5,061.

“Houve uma nova entrada de fluxo vindo de exportadores e investidores estrangeiros”, comenta o diretor de uma corretora nacional. No mercado doméstico, investidores digerem a decisão do STF que votou ontem contra a reeleição dos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre.

“Tal decisão pode tirar ainda mais o foco do governo na agenda de reformas estruturantes e, também, mensurar a força política do presidente Jair Bolsonaro”, diz o trader da mesa de câmbio da Travelex Bank, Pedro Molizani. Para o analista político da Levante, Felipe Berenguer, o resultado é “uma grande reviravolta”, uma vez que os ministros do Supremo trabalhavam, nos bastidores, para não interferir diretamente no “jogo de poder” no Legislativo.

O economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, acrescenta que “para completar o cenário de incertezas e ao apagar das luzes” do atual mandato, o governo dos Estados Unidos se prepara para impor sanções à oficiais da China. “Tal notícia pesou ao ponto de reverter o bom humor com resultados positivos das exportações do país asiático”, comenta.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem com oscilações estreitas, mas apagaram o viés positivo exibido logo na abertura do pregão e passaram a embutir leves baixas. O movimento acompanha a queda do dólar, que é cotado na faixa de R$ 5,10, em meio ao renovado apetite dos investidores estrangeiros pelo risco local. O cenário externo e o noticiário político em Brasília continuam no radar dos negócios.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,03%, de 3,09% no ajuste anterior, na última sexta-feira; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,435%, de 4,500% após o ajuste ao final da semana passada; o DI para janeiro de 2025 estava em 6,10%, de 6,13%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 6,92%, de 6,94%, na mesma comparação.