MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Por Danielle Fonseca, Flavya Pereira e Olívia Bulla

São Paulo – O Ibovespa segurou a aceleração nas perdas, quando chegou a cair mais de 1%, e reduziu a retração em mais um dia de realização de lucros, já que o coronavírus segue no radar e traz preocupações sobre impactos negativos na economia. Entre as ações, as da Vale e de siderúrgicas estão mais pesadas hoje, com os papéis de frigoríficos também acelerando quedas refletindo notícias de que negociações de vendas para a China estão suspensas.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,56% aos 114.544,45 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 10,0 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em fevereiro de 2020 apresentava recuo de 0,53% aos 114.630 pontos.

“O coronavirus está mexendo com suprimento no mundo todo. Fábricas que fornecem peças para o mundo todo estão paradas e o mercado azedou. Ontem, já azedou em função disso”, disse o analista da Mirae Asset Corretora, Pedro Galdi.

O dólar comercial renova máximas sucessivas frente ao real após romper o nível de R$ 4,30, nos maiores patamares da história. O cenário externo, onde a moeda norte-americana avança frente às principais moedas pares e de países emergentes, impulsionado pelos dados do mercado de trabalho norte-americano acima do esperado, corrobora para a pressão altista da moeda.

Em janeiro, foram criadas 225 mil vagas de trabalho nos Estados Unidos, enquanto o mercado aguardava a criação de 165 mil vagas. Os dados de novembro e dezembro, por sua vez, foram revisados para cima passando de 256 mil para 261 mil postos, e de 145 mil para 147 mil, respectivamente. A taxa de desemprego subiu para 3,6% no mês passado. Já a renda somou US$ 28,44 por hora, alta de 3,11% na comparação anual.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,62%, sendo negociado a R$ 4,3130 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em março de 2020 apresentava avanço de 0,69%, cotado a R$ 4,317.

“O payroll veio com um número positivo corroborando para um dólar ainda mais forte. Afinal, se a economia dos Estados Unidos está forte, o dólar também está”, comenta a estrategista de câmbio do banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli. Ela acrescenta o viés de alta da divisa estrangeira na sessão, no qual ganha de “praticamente” todas as moedas.

A estrategista também cita o mercado doméstico após o Banco Central cortar a taxa básica de juros (Selic) pela quinta vez seguida na quarta-feira, mesmo sinalizando que deverá pausar o ciclo de afrouxamento monetário. “Os juros estão muito baixo aqui. Não está atrativo. O Brasil ainda não tem uma historinha boa para contar e atrair investimento estrangeiro”, avalia.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) não exibem uma direção única. Enquanto os vértices mais curtos corrigem os exageros do pregão anterior, quando os investidores reagiram ao comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a interrupção do ciclo de cortes na Selic, os vencimentos mais longos são pressionados pela disparada do dólar, que é cotado acima de R$ 4,30.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 4,27%, de 4,330% ao final do ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 4,95%, de 5,02% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,51%, de 5,54%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,16%, de 6,14% na mesma comparação.