MERCADO AGORA: Veja um sumário do comportamento dos negócios até o momento

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Por Danielle Fonseca, Flavya Pereira e Olívia Bulla

São Paulo – O Ibovespa opera em alta e volta a se aproximar do recorde histórico intradiário de 109.671,91 pontos (do dia 7 de novembro) em meio a dados melhores da economia chinesa e apesar do presidente norte-americano, Donald Trump, ter anunciado tarifas sobre o aço e alumínio brasileiros. As ações de siderúrgicas, que abriram em queda, já passaram a subir. No entanto, o índice já reduziu um pouco os ganhos em meio a dados mais fracos da indústria norte-americana.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,72% aos 109.015,10 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 7,1 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2019 apresentava avanço de 0,79% aos 109.290 pontos.

“Algumas ações de varejistas estão se destacando hoje depois de bons resultados da Black Friday, além de ações de bancos estarem tendo altas consideráveis”, disse o chefe de renda variável da Eleven Financial Research, Carlos Daltozo. “O PMI chinês também empolgou Bolsas asiáticas, embora esse tuíte do Trump tenha prejudicado um pouco o humor, mas mesmo com isso, as ações de siderúrgicas estão subindo”, completou.

No exterior, o índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) sobre a atividade industrial da China subiu para 51,8 pontos em novembro, após registrar 51,7 pontos em outubro, de acordo com dados divulgados pelo instituto IHS Markit em parceria com o grupo de mídia Caixin. Com isso, as bolsas asiáticas fecharam em alta, no entanto, os índices europeus e norte-americanos já perderam força em relação à abertura e operam em queda.

As bolsas dos Estados Unidos também acentuaram perdas depois que a atividade industrial do país, medida pelo índice do Instituto de Gerência e Oferta (ISM, na sigla em inglês), caiu para 48,1 pontos em novembro, de 48,3 pontos (revisado) em outubro. Analistas previam alta para 49,4 pontos.

Na cena doméstica, a declaração de Trump de que retomará tarifas sobre produtos de aço e alumínio importados do Brasil e Argentina, acusando os países de desvalorizarem suas moedas, trouxe alguma preocupação no início dos negócios e fez as ações de siderúrgicas abrirem em queda.

No entanto, os papéis já corrigiram as perdas e operam em alta, com destaque para as ações da CSN, que passou a ficar entre as maiores altas do Ibovespa. As ações de siderúrgicas vinham mostrando um tom positivo na semana passada em meio a anúncios de aumento de preços aço, caso da Usiminas, que confirmou que fará reajustes para distribuidores em janeiro.

Ainda entre as maiores altas do Ibovespa estão as ações da Via Varejo, que informou que faturou R$ 1,1 bilhão durante a Black Friday, em números gerenciais, preliminares e não-auditados. Outros papéis que sustentam a alta do Ibovespa são os de bancos, como os do Itaú Unibanco.

O dólar comercial segue em queda frente ao real mesmo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar que deve retomar a cobrança de tarifas de importação de produtos de aço e alumínio do Brasil e da Argentina e acusar os dois países de desvalorizarem suas moedas. Ainda assim, o mercado ainda digere números mais positivos da atividade industrial na China.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,54%, sendo negociado a R$ 4,2180 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em janeiro de 2020 apresentava recuo de 0,45%, cotado a R$ 4,223.

“Apesar da postagem [no Twitter] de Donald Trump de que irá retomar imediatamente tarifas norte-americanas sobre importações de aço e alumínio do Brasil e da Argentina, os mercados operam digerindo dados inesperados da economia da China que mostraram recuperação na atividade industrial em novembro no ritmo mais rápido em quase três anos”, comenta o operador de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello.

Isso porque o índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do país asiático subiu para 51,8 pontos no mês passado, ante o resultado de 51,7 pontos em outubro. Leituras acima de 50 pontos sugerem expansão da atividade.

O diretor de câmbio do grupo Ourominas, Mauriciano Cavalcante, destaca que no exterior os olhos seguem voltados para a guerra comercial entre Estados Unidos e China que terá desfecho importante neste mês, ou um acordo preliminar entre os países, a chamada “fase 1”, ou a cobranças de tarifas adicionais sobre produtos chineses a partir de 15 de dezembro.

“O país asiático aceita derrubar as tarifas de produtos norte-americanos e espera uma reciprocidade. As conversas recentes apontam que um acordo inicial está prosperando”, reforça.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) seguem com oscilações estreitas, sem um viés definido, monitorando o comportamento do dólar. Os investidores estão em compasso de espera pela agenda carregada de indicadores econômicos no Brasil e no exterior nesta semana.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2020 tinha taxa de 4,638%, de 4,658% no ajuste anterior, na última sexta-feira; o DI para janeiro de 2021 estava em 4,72%, de 4,71% ao final da semana passada; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,91%, de 5,89%, na mesma comparação; e o DI para janeiro de 2025 estava em 6,52%, repetindo o ajuste anterior.