MERCADO AGORA: Veja o comportamento dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa opera em queda, em um movimento de aversão ao risco que também afeta as taxas de câmbio e juros, decorrente da imposição de novas medidas de restrição à atividade econômica e à circulação de pessoas na Europa com o objetivo de conter a crescente disseminação do coronavírus.

Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, espera um pregão extremamente volátil. “O Ibovespa deve seguir o comportamento de seus pares no exterior”, observa.

Por volta das 13h30 (de Brasília), o Ibovespa caía 0,99%, aos 117.667 pontos, enquanto o dólar comercial subia 0,96%, a R$ 5,3210, embora mais cedo tenha superado R$ 5,35 – maior valor intraday desde 30 de novembro.

Entre os juros, as taxas dos contratos de DI refletem, além das preocupações com o efeito negativo que a pandemia poderá exercer sobre a economia mundial, o primeiro leilão de títulos públicos realizado pelo Tesouro Nacional neste ano. A taxa para janeiro de 2022 subia a 2,905%, de 2,845% no ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2023 avançava a 4,325%, de 4,185%.

Profissionais das mesas de operação afirmam que a oferta de papéis atrelados à inflação (NTN-B) foi “adequada”, mas como a demanda era maior, acabou pressionando a curva a termo local.

“A oferta do Tesouro foi normal, nem grande nem pequena, mas o suficiente para estressar os DIs, pois quem teve a proposta confirmada entrou ‘tomando’ [aposta na alta] taxa para travar a operação”, explica o chefe da mesa de renda fixa de uma corretora estrangeira.

O clima de aversão ao risco no mercado mundial também é motivado pela cautela dos investidores antes da definição de quem controlará o Senado dos Estados Unidos. O estado da Geórgia promove hoje o segundo turno das eleições para decidir quem serão seus dois representantes na Casa legislativa, e há chances de o presidente eleito Joe Biden conseguir um resultado que facilite a aprovação de sua pauta no Congresso.

Depois das eleições do ano passado, o Senado dos Estados Unidos passou a ter 50 senadores republicanos – e que portanto farão oposição a Joe Biden – e 48 democratas – aliados ao presidente eleito. Se dois democratas vencerem no segundo turno na Geórgia, o número de senadores de cada partido será igual, e caberá à vice-presidente eleita, Kamala Harris, desempatar as votações.

O controle do Senado facilitaria a promoção das políticas defendidas por Biden, entre elas o aumento na taxação às empresas norte-americanas e mais investimentos em energia renovável em detrimento de fontes fósseis e mais poluentes.

Os resultados da eleição na Geórgia devem começar a ser divulgados no fim da noite de hoje.